Desde a manhã do sábado (2), manifestantes protestam em 251 cidades do país contra o governo e a favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Em Brasília, os protestos aconteceram na Esplanada dos Ministérios, a partir do Museu da República, ponto de concentração.
O acesso de veículos ao Eixo Monumental ficou restrito, com todo o trecho entre a Catedral Metropolitana de Brasília e a Praça dos Três poderes bloqueado. Viaturas da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) foram posicionadas ao redor da praça do museu para fazer a segurança dos manifestantes.
Uma manifestante, que preferiu não se identificar por receio de represálias no trabalho, compareceu ao ato de verde e amarelo, com a bandeira do Brasil amarrada às suas costas. Ela disse que busca, com esse gesto, resgatar os símbolos nacionais, que foram apropriados pelos grupos bolsonaristas que apoiam o governo. “O outro lado da história se apropriou dos símbolos da nossa pátria, alegando que só eles são patriotas. Nós também somos muito patriotas, amamos o Brasil porque ser patriota é querer o melhor para o Brasil, é lutar contra a fome, é lutar pelas vacinas”, disse a manifestante.
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Presente na manifestação, o deputado distrital Fábio Félix (Psol-DF) também reforçou a necessidade da pressão das ruas. “Nós podemos derrotar Bolsonaro, mas não podemos apostar no calendário eleitoral, porque a extrema-direita não respeita as eleições”, disse ele. “Por isso, precisamos de pessoas na rua”.
“É um ato de todas as cores, de todos os partidos”, disse ao Congresso em Foco a deputada Erika Kokay (PT-DF). “Nós temos que lutar para que Bolsonaro não continue destruindo o país. A gente tem fome de justiça, de liberdade, de afeto. Nós vamos trabalhar todos os dias para arrancar a faixa presidencial do peito estufado da necropolítica, da lgbtfobia, do sexismo. O Brasil está sendo arrancado do povo brasileiro”.
Nas demais cidades
Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro foram convocadas pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro em diferentes capitais do país neste sábado (2). A maior delas aconteceu na Avenida Paulista, onde milhares de pessoas protestaram contra o governo.
Os atos foram apoiados de pelo menos 21 partidos e previram passeatas em 251 cidades.
As manifestações pediram o impeachment do presidente, e a expectativa é de que os protestos denunciem problemas como o mau gerenciamento da pandemia, alta do desemprego e ataques à democracia.
Nas redes sociais, políticos da esquerda, centro e direita convocaram seus aliados para marcarem presença. No início da manhã do sábado, o presidenciável Ciro Gomes participou dos atos no Rio, mas é esperada sua presença também em São Paulo, na Avenida Paulista, junto ao ex-candidato Fernando Haddad (PT).
No palco em Cinelândia, centro do Rio, o pré-candidato Ciro Gomes discursou e afirmou que participa das manifestações de peito aberto e defendeu a união de partidos contra o chefe do Executivo.
Também é aguardada a presença dos líderes da minoria na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), Bohn Gass (PT-RS), Marcelo Freixo (PSB-RJ), Taliria Petrone (Psol-RJ) e do senador Humberto Costa (PT-PE), entre outros. Além dos, agora, opositores ao governo, deputados Júnior Bozzella (PSL-SP), José Nelto (Podemos-GO) e Fábio Trad (PSD-MS), Alexandre Frota (PSDB-SP).
Confira as imagens dos atos (fotos de: Cleber Ribeiro, Douglas Viana, Lucas Rocha, Movimento Sem Terra-CE, CUT-PE):
Atos no Rio de Janeiro (RJ):
Atos em Brasília (DF):
Atos em São Paulo:
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