Repercute nas redes sociais o trecho de uma aula em que um professor de curso preparatório para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) ensina os alunos a trancarem suspeitos em uma viatura com gás lacrimogêneo. A circulação do vídeo ocorre um dia após a morte de Genivaldo Santos por asfixia no porta-malas de um camburão dentro do qual foi lançada uma bomba de gás por policiais rodoviários federais de Sergipe.
No trecho que viralizou, o policial rodoviário Ronaldo Bandeira, que leciona no curso preparatório Alfacon, descreve uma situação em que o suspeito, já no porta-malas, tentava chutar o vidro para sair. “O que o policial faz? Abre um pouquinho, pega o spray de pimenta e taca. Foda-se, é bom pra caralho, a pessoa fica mansinha”, orientou, enquanto ria do episódio para uma plateia que também gargalhava. “Daqui a pouco escuto ‘vou morrer’, ‘vou morrer’. Aí fiquei com pena, vou abrir. Tortura”, completou aos risos.
Veja a seguir o vídeo da fala de Ronaldo Bandeira:
Bandeira não é o primeiro professor da Alfacon a ganhar repercussão nas redes sociais por ironizar abusos de autoridade. Em 2018, no preparatório para a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMSP) e para a PRF, a mesma empresa veiculou cursos do instrutor Norberto Florindo, ex-capitão da PMSP que ganhou fama nas redes sociais por ensinar alunos a torturarem e matarem suspeitos. O cursinho é especializado na preparação para concursos policiais.
O Congresso em Foco procurou Bandeira por meio da Alfacon e por uma de suas redes sociais para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. Até o momento, não houve resposta. A matéria será atualizada caso o cursinho ou o policial se manifeste.
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