Christian Lohbauer, um dos fundadores do partido Novo e candidato a vice-presidente da República em 2018, anunciou sua desfiliação da sigla nesta quinta-feira (18). Em um vídeo publicado nas redes sociais, Lohbauer criticou a direção da legenda e apontou desestabilidade pelo comportamento individualista da direção, afirmando que o partido “se perdeu”.
“Desde meados de 2019 dois fenômenos me chocam, entre eles o comportamento de João Amoêdo e seu individualismo absoluto ao emitir opiniões, que ele tem o direito de ter, mas como se o partido não existisse, como se os mandatários não existissem no governo de Minas ou no Congresso Nacional”, afirmou.
Segundo ele, a ruptura no Novo começou após a campanha eleitoral de 2018, quando Lohbauer foi vice de Amoêdo. Ele afirma que a concretização de um diretório nacional seria a chance de uma aproximação entre os mandatários e a administração do partido, mas isso não aconteceu.
“Um posicionamento de arrogância nunca visto. Nunca se viu um partido político onde os mandatários não têm voz e um grupo de iluminados estabelece os destinos do partido. Um verdadeiro erro crasso, uma vergonha nacional. Isso começou a incomodar muito”, disse.
Leia também
Hoje, o partido Novo é dividido sobre o posicionamento em relação ao governo do presidente Jair Bolsonaro. A sigla é direcionada por Amoêdo e o diretório a apoiar o impeachment e ser oposição. Esta foi uma das críticas feitas por Lohbauer.
“Depois que se estabeleceu essa meta, a meu ver absurda, de transformar o partido Novo em um algoz sistemático do atual governo e se transformar nos arautos do impeachment do presidente da República, independente de quem for, realmente ficou muito difícil de entender o que quer esse partido e como ele funciona”, declarou em vídeo.
Nas redes sociais, João Amoedo, ex-presidente do partido, afirmou que a saída de filiados que são contrários ao impeachment fortalece a unidade partidária. Segundo ele, isto é “fundamental para o crescimento do partido”.
Veja o vídeo:
> Mesmo que um presidente não queira, ele vai passar, diz FHC em seminário
> Oposição surpreende governo e convoca ex-mulher de Bolsonaro