A expectativa para esta semana é de definições na terceira via. Depois do pré-candidato do PSDB, João Doria, usar o termo “tentativa de golpe” para se referir a possibilidade de o partido desconsiderar o resultado das prévias e tirar seu nome da disputa, os tucanos agendaram uma reunião para esta terça-feira (17). A promessa é de fechar questão sobre o assunto.
O encontro tucano acontece um dia antes da data estabelecida como prazo limite por lideranças de partidos que apostam em uma candidatura alternativa a Bolsonaro e a Lula para definir um nome de consenso. Em jogo pelo posto de escolhido para representar a terceira via estão, além de Dória, Eduardo Leite (PSDB) e Simone Tebet (MDB).
Tanto Luciano Bivar, quanto Sérgio Moro, ambos do União Brasil, ficaram de fora depois de Bivar anunciar a saída do partido das tratativas para escolha do candidato.
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No domingo o presidente Fernando Henrique Cardoso saiu em defesa de Doria nas redes sociais.
Agiu bem o candidato João Doria. Ressaltando que o resultado das prévias deve ser respeitado.
— Fernando Henrique Cardoso (@FHC) May 15, 2022
Internamente aliados de Doria levantam a possibilidade de judicialização do caso, se o nome do ex-governador de São Paulo não se confirmar.
Carta
Em carta enviada ao presidente nacional, Doria, chamou de “tentativa de golpe” a contratação de uma pesquisa para definir a candidatura única da terceira via à Presidência. O ex-governador de São Paulo também reafirmou que não vai desistir da candidatura e indicou que pode judicializar a situação, caso seja abandonado pela sigla.
Doria escreve ainda que, antes mesmo das prévias, existia uma “movimentação de parte da cúpula” do PSDB contra ele e que, depois do processo interno, “tentativas de golpe continuaram acontecendo”.
“Qual foi a nossa surpresa ao saber que, apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo. As desculpas para isso são as mais estapafúrdias, como, por exemplo, a de que estaríamos mal colocados nas pesquisas de opinião pública e com altos índices de rejeição, cinco meses antes do pleito”, afirma o pré-candidato do PSDB.
Segundo ele, seguirá à disposição da sigla para a “formação de projetos com outras agremiações”, mas reafirma não abrir mão “da posição de protagonista do projeto nacional do nosso partido”.
Após o recebimento da carta, Bruno Araújo enviou um comunicado à Comissão Executiva Nacional do PSDB e aos deputados e senadores da legenda, convocando a reunião. O encontro da Executiva ocorrerá às vésperas da reunião com os partidos do MDB e Cidadania para escolha de um nome único a ser lançado para a terceira via.
No convite encaminhado por Araújo para a reunião extraordinária do PSDB, ele diz que todas as negociações com os demais partidos do grupo em torno de uma candidatura única tiveram “notória anuência” de Doria e que a contratação da pesquisa foi referendada pela Executiva do partido.
“O Brasil vive um momento grave de nossa história em que o PSDB e outros partidos do centro democrático têm a obrigação de oferecer uma alternativa à sociedade brasileira”, escreve.
Antes, Bruno Araújo era o coordenador da campanha de João Doria, mas foi substituído por Marco Vinholi.
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