Mais de 400 servidores do Banco Central aprovaram estado de greve por tempo indeterminado nesta segunda-feira (28). A categoria cobra reajuste salarial de 19,9% e plano de reestruturação de carreiras. Neste momento os servidores discutem a entrega de cargos de chefia em uma assembleia virtual.
Ainda não se sabe o impacto exato desta greve, mas alguns efeitos já são sentidos. Pela manhã, o Boletim Focus, uma análise que o Banco Central fez com integrantes do mercado financeiro, que costuma sair por volta das 8h da manhã, teve a publicação atrasada.
Também mais cedo o BC anunciou que as notas mensais sobre a economia brasileira – a nota de crédito, a nota do setor externo e a nota do setor fiscal – previstas para serem divulgadas esta semana não seriam veiculadas devido à dificuldade na coleta de dados. Está prevista também para esta semana a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBCBr), considerada uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Negociações frustrada
As negociações entre os servidores do BC e o governo se estendem desde o início do ano, sem que haja avanço. Houve paralisações e movimentos pontuais.
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Em fevereiro a categoria chegou orientar uma operação padrão, também conhecida como operação tartaruga, sem interrupção de serviços essenciais. Seguiram-se conversas entre entre os representantes dos funcionários do BC e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, que levou a questão ao presidente Bolsonaro.
A greve para março era ameaçada desde o ano passado quando o governo anunciou reajuste salarial unicamente para os funcionários da segurança pública, onde se encontram uma base forte de apoiadores do presidente Bolsonaro. Eles garantiram a fatia de R$ 1,7 bilhão para reestruturação de vencimentos dentro do Orçamento de 2022.
Por conta da pandemia, o órgão possui servidores no modelo de trabalho home office. A estes, a recomendação é de que desliguem os computadores e fechem todo o sistema de trabalho durante a paralisação.
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