Na última reunião do grupo de trabalho do Foro de São Paulo, em 29 de setembro, o Brasil foi representado pelo PT e PCdoB. Os partidos assinaram resolução que reconhece vitória de Nicolás Maduro nas eleições da Venezuela. O memorial da reunião foi disponibilizado pelo grupo nessa terça-feira (15), mas as legendas não divulgaram a adesão ao texto.
Partidos de esquerda da América Latina se reuniram na cidade do México durante a 28ª edição do Seminário Internacional do Partido do Trabalho do México. O evento do Foro de São Paulo antecedeu a posse de Cláudia Sheinbaum à presidência do país. Ela faz parte do mesmo partido do ex-presidente López Obrador, o Movimento Regeneração Nacional.
“Diante da atuação da extrema direita, se torna um imperativo para nossas forças políticas fazer um chamado para respeitar a institucionalidade democrática da Venezuela e a autodeterminação do povo venezuelano em relação aos resultados eleitorais que deram a vitória ao presidente Maduro”, escreveu o Foro de São Paulo na declaração da reunião.
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O grupo ainda acrescentou que há “coordenação internacional e trabalho conjunto das forças de extrema direita para atacar os resultados da eleição presidencial venezuelana e a vitória do presidente Nicolás Maduro”.
A posição dos partidos de reconhecimento da vitória de Maduro nas urnas contraria o posicionamento do governo federal. O presidente Lula reiterou por diversas vezes que o Brasil só iria reconhecer as eleições venezuelanas após a divulgação das atas eleitorais e dos dados.
“Mas nós queremos que o Conselho Nacional, que cuidou das eleições, diga publicamente quem é que ganhou. Porque até agora ninguém disse quem ganhou. Ele [Maduro] sabe que está devendo uma explicação para a sociedade e para o mundo”, disse Lula em entrevista à Rádio T em 15 de setembro.
A reportagem procurou a assessoria da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), mas não recebeu resposta. Também foram contatadas a Secretaria de Comunicação do PT e seu secretário Jilmar Tatto (SP), assim como a assessoria de comunicação do PCdoB. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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