O Podemos quer emplacar a discussão sobre a reforma política na Câmara dos Deputados no próximo ano. O líder José Nelto (GO) explica que todas as legendas estão preocupadas com a formatação das eleições de 2022, já que o fim das coligações deve reduzir o número de partidos com representação no Congresso. Por isso, garante que terá apoio para avançar com esse debate e tentar aprovar a reforma política antes de 2022. Ele diz até que já conversou até com o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), que deve instalar uma comissão especial para tratar do assunto.
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“Se não tem mais coligação, qual será o modelo da eleição de 2022? Por isso, esta é uma pauta em que temos que nos debruçar. É uma pauta que será do poder Legislativo”, afirmou José Nelto nesta quarta-feira (18), contando que o presidente Rodrigo Maia assumiu o compromisso de formar uma comissão especial para tratar da reforma política. “Todos os partidos querem fazer [a reforma política]. Estão todos desesperados com isso”, alegou o líder do Podemos, indicando que terá apoio de outras legendas e também de Maia para avançar com a discussão da reforma política.
José Nelto disse que conversou com Maia sobre o assunto desde outubro e que essa comissão especial deve ser instalada no primeiro semestre de 2020. Como o tema é polêmico, contudo, o debate na comissão pode durar até um ano e meio, segundo o próprio líder do Podemos. “O que importa é aprovar antes de 2022”, afirmou o parlamentar.
O deputado goiano, por exemplo, defende que a volta do distritão, como uma alternativa ao fim das coligações. Ele diz que é uma forma de os partidos pequenos e médios conseguirem continuar elegendo representantes para o Congresso, que hoje conta com parlamentares de mais de 20 legendas diferentes. “Se não houver coligação para as eleições proporcionais, o número de partidos com representação aqui vai cair para sete”, alegou. Para reduzir o uso do dinheiro público nas eleições, o deputado ainda defende a volta do financiamento privado em campanhas.
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Assim como o líder do Podemos no Senado, Alvaro Dias (PR); José Nelto acha que a reforma política também deve pôr fim à possibilidade de reeleição e aumentar o tempo de mandato dos cargos eletivos de quatro para cinco anos – proposta que não conta com consenso entre os partidos. O líder do Podemos ainda é a favor de uma transição gradual para o parlamentarismo, o que, segundo ele, poderia acontecer ao término do mandato de quem for eleito em 2022 e conta com apoio de Maia, que hoje seria o primeiro-ministro brasileiro caso o país vivesse um regime parlamentarista.
Outras pautas
Além da reforma política, o Podemos quer continuar trabalhando pela retomada da prisão em segunda instância em 2020. O partido, cuja liderança será transferida de José Nelto para Léo Moraes (RO) na volta do recesso parlamentar, ainda promete apresentar um projeto que ponha fim ao monopólio da Petrobras.
Bancada
Para tocar todas essas pautas, o partido promete ampliar sua bancada na Câmara, que hoje conta com 11 deputados. Segundo a presidente do Podemos, Renata Abreu (SP), a filiação de dois novos deputados já está certa e outras filiações também já estão em negociação. A ideia é tirar deputados do PSL, do PL e do PSB. Marco Feliciano (SP), contudo, deve sair da sigla no início do ano, como pediu o Podemos de São Paulo.
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