A Polícia Federal cumpre 16 mandados de busca e apreensão em quatro estados na manhã desta terça-feira (12) para investigar a suspeita de fraudes na compra de equipamentos durante a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018. Embora não seja alvo da operação, batizada de Perfídia, o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto é um dos investigados no caso. O general, que foi candidato a vice de Jair Bolsonaro em 2022, teve o sigilo telefônico quebrado. Ele era o interventor federal à época, nomeado pelo então presidente Michel Temer.
De acordo com a PF, a investigação apura os crimes de patrocínio de contratação indevida, dispensa ilegal de licitação, corrupção ativa e passiva e organização criminosa supostamente praticadas por servidores públicos federais quando da contratação de uma empresa norte-americana, a CTU Security LLC, pelo governo brasileiro para compra de 9.360 coletes balísticos com sobrepreço no ano de 2018, pelo Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro.
Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o sobrepreço foi de R$ 4.640.159,40. O valor pago à empresa pela compra após despesa de licitação foi de R$ 40.169.320,80 (US$ 9.451.605,60). O general Braga Netto é cotado como candidato a prefeito do Rio em 2024. O Congresso em Foco não conseguiu contato com a defesa do ex-ministro.
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A investigação começou com a cooperação internacional de Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI). A autoridades americanas descobriram o crime no curso da investigação americana sobre assassinato do presidente haitiano Jovenel Moises, em julho de 2021, na qual a empresa ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar a derrubar Moises e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
Após a comunicação de crime pelas autoridades americanas, o TCU encaminhou os ofícios e processos referentes à Tomada de Contas das compras das contratações de coletes balísticos pelo Gabinete de Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro, apontando indícios de conluio entre as empresas e de que elas tinham conhecimento prévio da intenção de compra dos coletes pelo GIFRJ. Após a suspensão do contrato pelo Tribunal de Contas da União, o valor foi estornado em 24 de setembro de 2019.
Além dessa contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel desse mercado no Brasil.
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