Após ameaçar trocar o PSDB pelo PSD para concorrer à Presidência da República, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite deve anunciar nesta segunda (28) sua permanência em ninho tucano.
O convite para ingresso no PSD partiu do presidente da sigla, Gilberto Kassab, após Eduardo Leite perder as prévias do partido – que definiria o nome do pré-candidato à Presidência – para o governador de São Paulo, João Doria.
Com a decisão de Leite, é possível que o PSD busque um outro nome para lançar candidato. Antes do governador gaúcho, a sigla apostava fichas no atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que teve sua filiação abonada em um grande evento no qual foi apresentado por Kassab como o nome do grupo para a disputa eleitoral.
Nas últimas semanas, com o avanço nas conversas entre Leite e o PSD, a cúpula tucana centrou fogo em articulações para manter o governador no partido. No último dia 18 uma carta chegou a ser enviada a ele – e publicizada – com um pedido de permanência. O texto foi, inclusive, assinado por aliados de João Doria.
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Outro ponto que teria pesado na decisão do governador foi o isolamento político do PSD, que dificilmente conseguirá compor com siglas de maior peso, uma vez que esses partidos têm polarizado com PT e PL, que polarizam o debate com Lula e Bolsonaro, respectivamente.
Resistências a Doria
Em fevereiro o PSDB aprovou uma federação com o Cidadania e caminha para alianças com o União Brasil e o MDB. Apesar de ter o nome validado como o do pré-candidato tucano nas prévias do partido, no ano passado, a manutenção e Doria enfrenta resistências diante da dificuldade que o tucano encontra de crescer nas pesquisas de intenção de voto.
PublicidadeDe acordo com o último Datafolha, divulgado no dia 24 de março, João Doria pontuava com apenas 2% – situação que em pouco difere de outras pesquisas anteriormente divulgadas. A rejeição ao nome dele, no entanto, atingiu a marca de 30%.
Em entrevista ao Congresso em Foco, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, afirmou que a manutenção do nome de Doria ainda passaria por conversas. “Isso será discutido entre os dois partidos analisando, como sempre se analisa, através de critérios políticos”, disse na ocasião.
Neste cenário, aliados do deputado Aécio Neves, desafeto de Doria, ainda trabalham internamente para validar Leite como alternativa ao governador paulistano, mas essa possibilidade é vista como remota diante do desconhecimento que o tucano enfrenta no restante do país.
Paralelamente, o MDB apresenta como nome de pré-candidata o da senadora Simone Tebet (MS), mas ela também tem encontrado dificuldades de crescer nas pesquisas, tendo pontuado apenas 1% conforme o mesmo Datafolha.
Outra possibilidade é o ingresso do Podemos em uma chapa. O partido tem como pré-candidato o ex-juiz Sergio Moro.
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