A federação entre PSDB e Cidadania, anunciada no fim de semana, pode representar um novo entrave para a candidatura de João Doria (PSDB) ao Palácio do Planalto. De acordo com o presidente do Cidadania, Roberto Freire, a manutenção do nome do governador de São Paulo na disputada à Presidência ainda “não é um assunto encerrado”.
“Doria é candidato pelo PSDB. Agora uma federação só pode ter um candidato e a gente tem Alessandro [Vieira]. Então isso será discutido entre os dois partidos analisando, como sempre se analisa, através de critérios políticos. É o diálogo é o que vai definir. Se já tivesse definido, eu não estaria dizendo que vamos dialogar”, afirmou Freire em entrevista ao Congresso em Foco.
O presidente do Cidadania adiantou, ainda, que deve conversar com o presidente do PSDB, Bruno Araújo, nesta terça (22). Além desse assunto, também devem ser tratados pontos burocráticos para a federação, como a definição de uma agenda de conversa com as executivas e os preparativos jurídicos para a elaboração do estatuto.
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Confrontado com as declarações de Roberto Freire, o governador João Doria preferiu ser econômico nas palavras e jogou para o presidente tucano. “Tema para Bruno Araujo”, respondeu. Bruno Araújo também foi procurado, mas ainda não se pronunciou.
João Doria venceu as tumultuadas prévias do PSDB para escolha do pré-candidato ao Palácio em novembro do ano passado. O principal concorrente dele era o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que desde o início deste ano passou a ser cortejado pelo PSD para que troque de sigla, com a promessa de disputar a eleição presidencial pela legenda caso o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desista da candidatura, cenário mais provável hoje.
Apesar de ter ganhado projeção nas ações que empreendeu para acelerar a aquisição e distribuição de vacinas contra a covid-19 no estado, o que inclusive forçou o governo federal a também entrar na corrida, a pré-campanha de João Doria ao Palácio encontra dificuldades em deslanchar. Além do desconhecimento nacional, apontado por integrantes da legenda como um obstáculo para o tucano, ele também sofre com uma forte rejeição no estado que administra.
Esta semana, a equipe de João Doria revisou a estratégia da pré-campanha presidencial com intuito de reduzir a rejeição que ele registra no estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. A orientação é cancelar as viagens pelo país e focar em agendas locais. Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira traz Doria na quinta colocação, com 1,8% das intenções de voto.
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