O governador do Rio Grande do Sul e pré-candidato às eleições presidenciais de 2022 pelo PSDB, Eduardo Leite, negou ter participado da decisão anunciada em nota pela diretoria do partido de concluir o processo de votação até o próximo domingo (28)ou procurar outra empresa para apurar os votos caso a atual não ofereça solução no prazo definido. O partido havia anunciado que os três pré-candidatos (Eduardo Leite, João Dória e Arthur Virgílio) haviam concordado com a decisão.
“A nota está equivocada. (…) Eu não participei das reuniões, as reuniões não contaram com a minha presença. Eu estava em outra sala, com outros representantes. Não foi dada condição sobre qualquer tipo de acordo, eu sequer tomei conhecimento”, declarou o governador em coletiva, que havia se manifestado contra a suspensão das prévias quando se identificou a pane no aplicativo de votação.
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A troca da empresa responsável pelo fornecimento de aplicativo para as prévias é, na visão de Leite, uma decisão arriscada diante do risco de se perder celeridade no processo. “Parece muito difícil que a gente possa, no meio do processo, não apenas alargar o processo de votação como trocar a ferramenta. (…) Qualquer mudança para uma nova ferramenta tem que ser analisada. Essa análise pode levar mais tempo, esse tempo pode acabar criando um problema de legitimidade política por conta do espaçamento entre as votações”, explicou sobre sua preocupação.
Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB, negou que a decisão tenha sido tomada sem que o governador fosse consultado. “Eu conversei com a campanha e conversei com o governador Leite que essa era uma alternativa. Houve demonstração de que havia o interesse de terminar o processo de votação o mais rápido possível. Essa conversa eu tive hoje, no início da tarde”, relatou.
O presidente afirmou que não descarta a possibilidade de contratar uma nova empresa, mas permanecerá com a atual caso se comprove que a mudança não é necessária. Arthur Virgílio, ex-prefeito de Manaus e candidato das prévias, se posicionou ao lado do presidente. “O fato é que as prévias têm de ser decididas. Chega de pessoas pessimistas colocarem dificuldades e filigranaras que são menores que a democracia, o PSDB e nosso compromisso com os militantes e nosso projeto de luta legítima pelo poder”, declarou.
A atual ferramenta utilizada para as votações foi desenvolvida pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs). Seu desenvolvimento foi acompanhado pelos candidatos, mas foi visto com ceticismo pelo candidato e governador de São Paulo João Dória. O partido deu à fundação o prazo de até as 12h desta terça-feira (23) para que um relatório seja fornecido explicando as causas da pane nas prévias, e se há possibilidade de retomar a votação. Caso contrário, uma empresa privada será contratada para fornecer um novo aplicativo.
As prévias do PSDB estavam marcadas para o domingo (21). A cúpula votou presencialmente no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, enquanto os demais filiados votariam por um aplicativo pelo celular. O sistema, porém, apresentou uma série de falhas, e somente 8% dos aptos a votar efetivamente conseguiram completar seu voto, o que levou o partido a suspender a eleição até encontrar uma solução.
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