O contrato do ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro com a consultoria Alvarez & Marsal chega ao fim, neste domingo (31). Inicialmente, o contrato de Moro iria até 31 de outubro de 2022, mas a rescisão acabou sendo adiantada para o final deste mês. Com o encerramento do contrato, a expectativa é que o ex-ministro da Justiça siga com o plano de se filiar ao Podemos, com a expectativa de que saia pelo partido como candidato à Presidência da República. Por questões contratuais, Moro não podia fazer manifestações que fossem além de temas ligados à sua atuação na empresa. Ou seja, o contrato lhe tolhia a possibilidade de falar e atuar na política.
O Podemos marcou para o dia 10 de novembro o ato de filiação de Moro na legenda. O evento acontecerá em Brasília. A sigla espera que ele comande o projeto de terceira via, que atuará como alternativa contra a polarização na disputa entre o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera com larga margem de vantagem neste momento as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022. O partido também oferece a possibilidade do ex-juiz vir a ser candidato ao Senado, seja por São Paulo ou pelo Paraná. Hoje, a cadeira da sigla no Senado é ocupada por Álvaro Dias (PR).
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No final de setembro, Sergio Moro esteve no Brasil para conversar com diferentes políticos, mas afirmou que só apoiará qualquer projeto ou partido que se comprometer com o combate à corrupção e defender pautas como a retomada da prisão após condenação em segunda instância. O ex-juiz foi a peça-chave para as sentenças judiciais contra o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato. Preso em 2017, Lula iria concorrer à Presidência, contra Bolsonaro, nas eleições de 2018. A prisão do ex-presidente foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021.
Ex-aliado de Bolsonaro, Moro pediu demissão ao Ministério da Justiça após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo. A saída foi motivada pela decisão de Bolsonaro de trocar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, indicado para o posto pelo ex-ministro. Segundo o ex-juiz, Bolsonaro estaria interferindo na PF por razões políticas e para preservar de investigações sua família.
Seria a continuidade da degradação moral e ética do governo.