O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi (SP), disse em entrevista ao Congresso em Foco que o bom desempenho do partido nas eleições municipais de 2020 pode levar a legenda a ter uma candidatura própria à Presidência da República.
Ele citou os nomes da senadora Simone Tebet (MS), dos governadores Renan Filho (AL) e Ibaneis Rocha (DF), e do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
“Nós temos a Simone Tebet, que é a presidente da CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] do Senado, que é um grande nome do partido, temos o governador Ibaneis Rocha, que é um grande nome do partido, nós temos o Renanzinho que é o governador mais bem avaliado do Nordeste. Só para falar três, tem outros nomes, o próprio Henrique Meirelles é um grande quadro do MDB, foi candidato a presidente”, disse o dirigente partidário.
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Apesar disso, o presidente do MDB afirmou que o partido pode fazer alianças com outras legendas em 2022.
Baleia disse que é importante votar as reformas econômicas. Ele é o autor da proposta de emenda à Constituição 45/2019, de reforma tributária.”De qualquer forma, nós não temos que pensar em nomes, temos que pensar em projeto e o primeiro projeto que temos que pensar é retomar a nossa atividade na Câmara e no Senado para votar as reformas que são tão importantes”.
O emedebista também comentou sobre as eleições para a presidência da Câmara, que vão acontecer em fevereiro. De acordo com o congressista, o assunto ainda não está definido porque o foco estava nas eleições municipais. Baleia tenta ser o candidato do grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas não descarta que o atual presidente da Câmara tente a reeleição.
O MDB conquistou o maior número de prefeituras de capitais. O partido venceu com Sebastião Melo, em Porto Alegre (RS), Maguito Vilela, em Goiânia (GO), Dr. Pessoa, em Teresina (PI), Arthur Henrique, em Boa Vista (RR) e Emanuel Pinheiro, em Cuiabá (MT).
Veja a íntegra da entrevista.
Congresso em Foco: Como o senhor avalia o resultado das eleições municipais para o MDB?
Baleia Rossi: Ganhamos o maior número de prefeitos, maior número de vice-prefeitos, maior número de vereadores e o partido que mais recebeu voto nominal no primeiro turno. Já tivemos uma vitória consagradora no primeiro turno, agora no segundo turno superou todas as expectativas. Além de fazermos o vice de São Paulo, que é a maior cidade do Brasil. Nós, de 12 cidades que estávamos disputando o segundo turno, ganhamos dez, cinco capitais. As cinco cidades que não são capitais, que são grandes e disputamos, ganhamos todas. Só perdemos duas capitais.
O resultado fortalece nacionalmente o MDB?
Fortalece, é claro. O resultado da eleição é muito animador para o MDB, que está rejuvenescido. O partido soube fazer uma transição, respeitando as características do partido, do municipalismo, da defesa da Constituição, da defesa da democracia. O partido que é de centro e que foi reconhecido nas urnas como grande gestor dos municípios. Acho que o partido sai fortalecido e unido que é o mais importante. Hoje o partido está absolutamente unido. Agora o desafio primeiro é retomar a pauta do Congresso Nacional, o mais importante desafio que todos nós temos pós-eleição e depois reabrir o diálogo, inclusive o interno, temos vários bons nomes para disputar a Presidência da República, mas abrir o diálogo com os demais partidos.
Quais nomes?
Nós temos a Simone Tebet, que é a presidente da CCJ do Senado, que é um grande nome do partido, temos o governador Ibaneis Rocha, que é um grande nome do partido, nós temos o Renanzinho que é o governador mais bem avaliado do Nordeste. Só para falar três, tem outros nomes, o próprio Henrique Meirelles é um grande quadro do MDB, foi candidato a presidente. De qualquer forma, nós não temos que pensar em nomes, temos que pensar em projeto e o primeiro projeto que temos que pensar é retomar a nossa atividade na Câmara e no Senado para votar as reformas que são tão importantes.
O relatório da reforma tributária vai ser apresentado em breve? Chegou a conversar com o relator Aguinaldo Ribeiro?
Acredito que sim, devemos ter nessa semana uma reunião com a equipe econômica novamente e acho que está muito madura com todos os líderes da Câmara e do próprio Senado. Claro que agora nós aguardamos a contribuição do Ministério da Economia para poder fechar as mudanças e sugestões que eles quiserem para poder votar a reforma tributária.
Taxação de lucros e dividendos vai entrar na reforma?
Está pacificado, tem que conversar com Aguinaldo, claro, mas é uma pauta que agrada os partidos de esquerda e agrada ao governo também, o Paulo Guedes é a favor, são pautas convergentes.
Foi avançado algum acordo sobre desoneração e taxação de transações financeiras?
Não, na reforma tributária ainda não, não avançou ainda não.
Alguma perspectiva da definição de quem vai ser o candidato de Maia a presidência da Câmara?
Ainda não, vamos conversar, agora a pauta era só eleição, eleição consumiu todo mundo. Acho que agora começa essa conversa, sim.
Maia não vai ser candidato a reeleição?
Eu não cravaria. Acho que ele não tem a intenção de, mas não cravaria que ele não será e vai depender da própria decisão do Supremo, uma decisão dele se houver a possibilidade. Difícil você falar sobre uma situação hipotética.
A ideia é definir o candidato do grupo logo após o resultado do julgamento do STF?
Nessa semana que vamos falar um pouco de calendário, acho que não tem calendário ainda fechado.
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