*Pedro Sales
A menos de uma semana para as eleições presidenciais na Argentina, o presidente Lula declarou nesta terça-feira (14) que o país vizinho precisa de um “presidente que aprecie a democracia”. A declaração foi dada durante o programa “Conversa com o Presidente”, apresentado semanalmente no canal de Lula no YouTube.
“A Argentina é o maior parceiro comercial do Brasil na América do Sul, e o Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina na América do Sul. Ou seja, Argentina e Brasil, nós precisamos um do outro, nós precisamos estar juntos sem divergências. Quando a gente tiver divergência, senta em uma mesa, negocia e acaba com a divergência. Foi assim que eu convivi com a Argentina até agora”, disse Lula.
O presidente reforçou que não pode falar das eleições, porque é um direito soberano da Argentina. Ainda assim, pediu para que os argentinos se lembrem da parceria comercial entre os países na hora do voto. “Lembrem de que o Brasil precisa da Argentina e de que a Argentina precisa do Brasil. Do fluxo comercial entre os países e quanto podemos crescer juntos, para isso é preciso um presidente que goste de democracia, que respeite as instituições, que goste do Mercosul”.
Em publicação no X, antigo Twitter, Lula retomou os principais pontos de seu discurso no programa.
O meu exemplo de amizade com a Argentina vem do meu primeiro mandato. Quando eu ganhei em 2002, a Argentina foi o primeiro país que eu visitei antes de tomar posse. Em 2023 também. A Argentina é muito importante para o Brasil. Somos os maiores parceiros comerciais dos argentinos…
— Lula (@LulaOficial) November 14, 2023
Os argentinos vão às urnas no domingo (19) para eleger o novo presidente do país. Os candidatos no páreo são o atual ministro da Economia da Argentina, Sérgio Massa, e o autodeclarado libertário Javier Milei.
Massa, da coalizão Unión Pela Pátria, é apoiado por Alberto Fernandéz, atual presidente do país. Um dos pontos que enfraquecem o candidato e contribui para o fortalecimento do discurso de Milei é a crise econômica que assola o país. Nesta semana, a inflação registrada foi de 142,7% no acumulado do ano.
O economista Javier Milei, por outro lado, se autoclassifica como “anarcocapitalista”. Ele é da coalizão conservadora La Libertad Avanza. Entre suas propostas de liberalismo extremo estão a redução drástica de subsídios e do aparato estatal, o fechamento do Banco Central, a saída do Mercosul e a dolarização da economia.
O candidato também já declarou que, se eleito, não negociará com o governo brasileiro enquanto Lula for presidente, a quem ele já classificou como “socialista com vocação totalitária”. Por estes motivos, ele é amplamente apoiado por bolsonaristas aqui no Brasil.
*Estagiário, sob supervisão da editora Iara Lemos
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