A opinião favorável dos brasileiros a respeito de Israel caiu drasticamente desde o início do contra-ataque do país ao atentado do grupo extremista Hamas contra cidadãos israelenses em outubro de 2023. Desde então, de acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta sexta-feira (1), a aprovação às ações de Israel caiu de 52% a 39%. Essa queda é puxada, sobretudo, por eleitores do presidente Lula.
Em outubro, 23,37% dos apoiadores do presidente tinham opinião desfavorável a Israel. Esse índice pulou para 56%. Também cresceu a desaprovação dos bolsonaristas, mas de maneira menos acentuada: subiu de 17% para 23%. O tema tem acirrado a polarização entre Lula e Bolsonaro. Já a avaliação positiva da imagem da Palestina oscilou de 43%, em outubro, para 45%.
A associação feita por Lula entre os ataques de Israel ao Holocausto, que matou seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, foi considerada exagerada por 60% dos entrevistados. Apenas 28% concordaram com a fala do presidente.
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“Os eleitores de Lula, ainda que críticos a Israel, se dividiram sobre a postura do presidente: 43% acham que ele exagerou na comparação com o líder nazista, e 45% dizem que não. Entre os que votaram em Bolsonaro, 85% criticam as falas do petista”, observa o CEO da Quaest, o cientista político Felipe Nunes. Entre os que declararam não ter votado em nenhum deles, o percentual de rejeição à declaração de Lula também foi alto.
Quase metade (48%) dos entrevistados avaliam que o governo de Benjamin Netanyahu exagerou ao declarar o brasileiro “persona non grata” no país. Para 41%, Netanyahu agiu de maneira desproporcional. Na avaliação de 50%, Israel está exagerando nos ataques a Gaza. Posição oposta têm 36%.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada com 2.000 pessoas entre os dias 25 e 27 de fevereiro.
Veja abaixo os números da pesquisa, divulgada em primeira mão pela colunista Monica Bergamo, na Folha de S.Paulo, com as observações de Felipe Nunes, da Quaest:
1/ Pesquisa Genial/Quaest publicada hoje com exclusividade pela jornalista @monicabergamo mostra que opinião favorável dos brasileiros sobre Israel caiu de 52% em Out/23, logo depois que o país sofreu ataque do grupo terrorista Hamas, para 39%. pic.twitter.com/xvDyKUJRN9
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
2/ Essa mudança de opinião se deu majoritariamente dentro do eleitorado Lulista. Em Out/23, 37% tinham opinião desfavorável, agora passou para 56%. No eleitorado bolsonarista o desgaste também existiu, mas foi bem menor, saindo de 17% para 23%. pic.twitter.com/tEa7pXfnan
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
3/ Para 60% dos entrevistados, no entanto, o petista exagerou ao comparar o que acontece em Gaza ao que Hitler fez na Segunda Guerra Mundial. Apenas 28% dizem que ele não exagerou. pic.twitter.com/dtnnfyDw8A
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
4/ Os eleitores de Lula, ainda que críticos a Israel, se dividiram sobre a postura do presidente: 43% acham que ele exagerou na comparação com o líder nazista, e 45% dizem que não. Entre os que votaram em Bolsonaro, 85% criticam as falas do petista. pic.twitter.com/5FjeRvQBY7
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
5/ A reação do governo de Israel também foi avaliada. Para 41% o governo exagerou ao considerar Lula persona non-grata, enquanto a maior parte acredita que não houve exagero na reação. pic.twitter.com/d7yS0yu8yK
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
6/ Neste quesito a polarização já clássica volta a aparecer: eleitores de Lula defendem o petista, eleitores de Bolsoanro criticam. O importante é observar que os eleitores que não foram votar ou votaram branco/nulo acham que Israel não exagerou na reação. pic.twitter.com/coPjDYaZpI
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
7/ Quando há questionamento confrontando diretamente Israel e o Hamas, o primeiro tem maior simpatia. Do total de brasileiros, 50% dizem discordar que Israel está exagerando na reação ao grupo terrorista. pic.twitter.com/gYOBUCVTMW
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
8/ A pesquisa ouviu 2.000 pessoas em uma amostra representativa da população brasileira em 120 cidades entre os dias 25 e 27/2. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais.
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) March 1, 2024
Por Edson Sardinha
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