André Ventura, presidente do “Chega”, principal partido de extrema-direita em Portugal, cancelou o evento que receberia Jair Bolsonaro nos dias 13 e 14 em Lisboa. O deputado alega que o cancelamento se deu em função da apreensão do passaporte do ex-presidente, e acusa a justiça brasileira de realizar uma perseguição e de retaliar o tratamento dado pelo partido ao presidente Lula.
“O Chega terá que suspender e reagendar para uma data posterior a Cimeira Mundial das Direitas. A perseguição a que alguns de nossos principais convidados têm estado sujeitos, (…) no caso do ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, no caso de apreensão e retenção de seu passaporte, (…) revelam bem o espírito de agressividade, de condicionamento e de ameaça que em certos países reina e querem fazer contra a direita mundial”, declarou
Bolsonaro responde em um inquérito policial diante de indícios de falsificação em seu cartão de vacinas. Seu documento registra que a aplicação da primeira dose foi feita na cidade de Duque de Caxias (RJ), em um dia em que o ex-presidente não estava no município. Por acaso, seu ajudante de ordens, Mauro Cid, mantinha contato e contratou serviços de um grupo criminoso especializado em falsificação de cartões de vacinação na mesma cidade.
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Ventura já diz que o objetivo era impedir a chegada de Bolsonaro no evento. “Não tenho dúvidas do que vou dizer:a apreensão do passaporte do ex-Presidente Bolsonaro teve como objetivo impedir a sua vinda a Lisboa e é uma retaliação direta ao protesto do Chega contra o Presidente Lula no 25 de Abril”, publicou em suas redes sociais. O parlamentar, porém, garante que o evento será remarcado para quando Bolsonaro puder viajar.
Confira a fala completa de André Ventura:
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Antipetismo português
O Chega é um partido minoritário no parlamento português, contando com 12 dos 230 assentos da Casa. Apesar de pequeno, se destacou no final de abril ao coordenar uma campanha de protesto contra a viagem do presidente Lula ao seu país. Simpático a Jair Bolsonaro, Ventura articulou, junto com representantes de associações ucranianas, uma manifestação contra a visita do presidente em Lisboa.
A bancada do Chega, porém, se encontra em franco crescimento: a legislatura empossada em 2022 foi a primeira em que mais de um deputado foi eleito pela sigla. O crescimento se deu em um momento de intensa colaboração entre partidos de extrema-direita europeus, o que garante a Ventura alianças com lideranças da Espanha, Itália, Hungria e outros países com quem Bolsonaro buscou aproximação.
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