O presidente da Representação Central Ucraniano-Brasileira (RCUB), Vitorio Sorotiuk, pediu ao governo brasileiro que “não traia” as esperanças dos mais de 600 mil brasileiros de origem ucraniana. Em nota, Vitorio demonstra preocupação com a visita do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, ao chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta semana em Brasília. Os dois países estão em guerra desde fevereiro de 2022.
“É positivo que o Brasil busque e interceda pela paz, mas o único que tem autoridade para falar sobre as condições da paz e sobre a integridade do seu território é o povo ucraniano e seu governo. Mais de 600 mil brasileiros são descendentes de ucranianos e esperam que o Brasil não traia as suas esperanças, e o governo brasileiro cumpra integralmente com o artigo 4 de sua Constituição Federal”, destaca o líder da entidade.
Segundo Vitorio, embora seja natural que o Brasil receba o representante de um país com o qual mantém relações diplomáticas, é preciso levar em conta que, nesse caso, o ministro estrangeiro provém de um país “agressor de outro país soberano”. “O ministro Lavrov representa o seu presidente Vladimir Putin, que tem um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional por sequestrar crianças ucranianas do território da Ucrânia e levá-las para a Rússia”, ressalta.
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De acordo com o líder da Representação Central Ucraniano-Brasileira, o Brasil deve exigir que a Rússia retire suas tropas da Ucrânia, pois as relações internacionais devem se dar na boa-fé, no reconhecimento dos tratados que assinou.
“O Brasil reconhece e votou por condenar essa agressão e deve reiterar que as tropas russas se retirem do território ucraniano. A Rússia cometeu, contra a Ucrânia, o crime de agressão; seus soldados e autoridades cometeram crimes de guerra, crimes contra a humanidade e de genocídio em Bucha, Irpin, Borodyanka, Mariupol e tantos outros lugares.
Vitorio Sorotiuk também pede que o governo brasileiro interceda em favor da plataforma de dez pontos apresentada pela entidade para a paz.
O presidente Lula tem intensificado suas manifestações em favor do fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Algumas delas reverberaram negativamente entre os ucranianos e o governo dos Estados Unidos, seus principais aliados. Neste domingo Lula afirmou que a decisão da guerra foi “tomada por dois países”, em posição conflitante com a adotada pelo governo norte-americano e por países europeus, que responsabilizam Vladimir Putin pelo confronto e pelas mortes ocorridas até agora.
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