Com agenda movimentada em Nova York, onde se encontra para discursar na abertura da 78ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Lula deverá se encontrar com o presidente do Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira (20). Esta será a segunda reunião pessoal entre os dois, e acontecerá após meses de aproximação do líder brasileiro com a Rússia e com a China.
Na agenda internacional, o presidente Lula se apresentou ao longo do primeiro semestre de seu terceiro mandato como um crítico à participação dos Estados Unidos na Guerra da Ucrânia, bem como aos embargos comerciais à Venezuela e Cuba. Paralelamente, adotou uma política de fortalecimento das parcerias econômicas na área de economia sustentável, prevista para ser um dos temas de destaque de seu discurso na ONU.
Apesar do distanciamento com a agenda internacional estadunidense, o encontro tende a ser amigável. A viagem do presidente brasileiro acontece em um momento de baixa popularidade para Biden, que em 2024 estará competindo nas eleições presidenciais contra algum candidato do Partido Republicano, com quadros de direita e extrema-direita. Em sua viagem anterior aos EUA, no mês de fevereiro, Lula manifestou o temor de uma nova vitória do partido de Donald Trump.
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Em fevereiro, os dois presidentes chegaram ao consenso sobre a necessidade de colaboração entre os dois países no enfrentamento mundial à extrema-direita. Lula chegou a propor a construção de uma parceria internacional entre lideranças progressistas para esse fim. Com a aproximação das eleições estadunidenses, o assunto deve voltar a ganhar força no novo encontro.
Os dois também trabalham em parceria para uma ação global de avanço dos direitos trabalhistas, tema que já está oficializado na reunião entre os dois, e que será tema de um discurso conjunto após o encontro.
Também estão previstos encontros com representantes do setor privado brasileiro em Nova York. Ainda neste domingo, o presidente terá um jantar com representantes da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sua assessoria também anunciou que mais de 55 representantes de diversos países solicitaram audiência com Lula, incluindo o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
A abertura da sessão da ONU acontece na terça-feira (19). A comitiva de Lula conta com diversos ministros de setores estratégicos de seu governo, como Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente) e Nísia Trindade (Saúde). Também foram convidados diversos parlamentares, como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
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