A 3ª Vara Criminal de Niterói decidiu na madrugada desta quarta-feira (24) pela condenação dos dois filhos da ex-deputada Flordelis dos Santos pelo assassinato do marido dela, o pastor Anderson do Carmo. Flávio dos Santos foi sentenciado em 33 anos e 6 meses de reclusão por homicídio e organização criminosa. Já Lucas Cézar dos Santos teve o tempo de condenação reduzido por colaborar com as investigações e recebeu pena de 7 anos e 6 meses de prisão.
O promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade, responsável pelo caso, disse que as investigações apontam, com “provas robustas”, para a condenação dos réus. O promotor apontou Flávio como responsável pela compra da arma e pela execução do pastor por motivação financeira, e pediu a redução de pena para Lucas por colaborar com os trabalhos da polícia. As informações são do jornal O Globo.
A defesa de Lucas, representada pelo defensor público Jorge Mesquita, argumentou que a redução de pena deveria ser concedida porque ele era o filho “enjeitado” da família, e que não tinha atenção entre os 55 filhos, além de ser negro e pobre. “Será que o Lucas, jovem 18 anos, saberia da responsabilização por ajudar na compra da arma?”, questionou.
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“Ele se viu perturbado por todas essas questões sociais, se envolvendo com o tráfico de drogas. Mesmo ele sendo cobiçado para a prática do crime (morte do pastor), ele tinha resquícios de moralidade. Ele era chamado para a prática de crimes na própria família!”, disse o defensor público.
Já para a defensora pública Renata Tavares da Costa, representante de Flávio, afirmou que o filho biológico não se via na família, e ao notar que estava perdendo espaço e decidiu deixar a casa em que morava com Flordelis para morar com a avó, Carmozina Mota. Renata pediu a absolvição de Flávio alegando que ele não era o filho privilegiado, e disse que vai recorrer da decisão.
Em resposta, a promotora Fernanda Lopes rechaçou a vitimização dos réus. Ela afirmou que Lucas teve chances de não entrar para o crime, inclusive com apoio da ex-patroa Regiane Cupti, que o empregou em uma oficina. Fotos do réu utilizando armas foram exibidas no telão para convencer o júri da ligação dele com o crime. Fernanda comemorou e disse que a justiça foi feita no julgamento: “Nós do Ministério Público estamos satisfeitos. É um dia de vitória”.
Flordelis teve seu mandato cassado pela Câmara em agosto deste ano e está presa preventivamente. A ex-deputada é ré por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Ela foi denunciada em agosto de 2020. Ela, outros cinco filhos e uma neta aguardam o julgamento por júri popular, ainda sem data definida.
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