A secretária nacional de Cultura, Regina Duarte, terá um dia decisivo para sua permanência no governo. A atriz será recebida no fim desta manhã pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a agenda oficial, também participará do encontro o ministro do Turismo, Marcelo Alvaro Antonio, ao qual Regina está subordinada.
A audiência ocorre em meio a rumores sobre a saída da secretária, que tem sido atacada por integrantes do governo ligados ao escritor Olavo de Carvalho, que desde o início bombardeou a indicação da atriz para o cargo. Sua atuação também sofreu reparos públicos do presidente na semana passada.
Ontem o ministro da Casa Civil, Braga Netto, assinou a recondução do maestro Dante Mantovani à presidência da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Seguidor de Olavo, ele havia sido demitido por Regina no dia de sua posse. “Que loucura isso, que loucura. Eu acho que ele está me dispensando”, disse a atriz se referindo a Bolsonaro, conforme conversa gravada pelo site O Antagonista.
No fim da tarde, o governo anulou o ato, tornando sem efeito a nomeação de Mantovani. O maestro ficou conhecido por afirmar que “o rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa o aborto, que ativa o satanismo”.
A secretária de Cultura tem encontrado dificuldade para nomear seus escolhidos dentro do órgão. Regina tem sido criticada por Bolsonaro e aliados por ser suscetível ao “setor de esquerda”. A nomeação da atriz foi criticada por grande parte dos artistas.
Na última semana, o presidente demonstrou descontentamento com a secretária. “Infelizmente, a Regina está em São Paulo. Está trabalhando pela internet ali. E eu quero que ela esteja mais próxima. É uma excelente pessoa, um bom quadro. É também uma secretaria que era ministério. Muita gente de esquerda pregando ideologia de gênero. Essas coisas todas é que a sociedade, a massa da população, não admite. Ela tem dificuldade nesse sentido”, disse o presidente.
PublicidadeRegina, que tem 73 anos, tem trabalhado de São Paulo desde o início das recomendações de isolamento social, o que também tem incomodado o presidente, que prefere sua presença em Brasília.
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