A duas semanas do feriado de 7 de setembro, onde manifestações de cunho antidemocráticas devem demonstrar apoio ao presidente Jair Bolsonaro, as redes bolsonaristas seguem em mobilização para não apenas convocar simpatizantes para comparecer aos atos (que devem ocorrer principalmente em Brasília e São Paulo), como também para atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e concorrentes eleitorais do presidente nas eleições de 2022.
Em grupos de Whatsapp voltados à mobilização bolsonarista, a semana começou com ataques voltados ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Na semana passada, Bolsonaro apresentou um pedido de impeachment contra Moraes no Senado, alegando que o ministro seria um “censor de liberdades”. Com o passar da semana, após o anúncio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) de que iria rejeitar o pedido, Moraes foi relegado a segundo plano, para dar destaque às mobilizações dedicadas ao sete de setembro.
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A narrativa adotada por grupos bolsonaristas de Whatsapp buscou associar o apoio aos atos com eventuais reprimendas sofridas por policiais militares da ativa que indicaram querer participar da parada. Um comandante da PM paulista, por exemplo, perdeu o cargo de liderança no início da semana após gravar um vídeo convocando para o ato. Na torrente de informações desencontradas, imagens e memes que circulam nestes canais de discussão, estabeleceu-se que, caso haja ruptura institucional, as Polícias seguiriam o Exército e apoiariam Bolsonaro.
O assunto sobre a manifestação do dia 7 de setembro, assim como o apoio de militares e policiais ao ato que pede a deposição de ministros da suprema corte – foi o tema central da mobilização bolsonarista durante toda a semana. Na sexta-feira (26), no entanto, outro tema ganhou destaque: uma fala do ex-presidente Lula de que, se eleito, iria promover a chamada “regulação da imprensa”. Os ataques a Lula foram permeados por falas de líderes evangélicos, também favoráveis a Bolsonaro, convocando para os atos de sete de setembro.
A mobilização entrará, nesta segunda-feira (30), e, sua última semana antes da manifestação – o que pode indicar uma aposta, por parte dos organizadores e integrantes de redes de comunicação bolsonaristas, de que o ato pode ser um momento de virada no governo.
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