A possibilidade de recriação do Ministério da Cultura, que está sendo estudada pelo Palácio do Planalto como uma forma de atrair a atriz Regina Duarte para o primeiro escalão do governo, não foi bem recebida pelo Congresso. Até os parlamentares que tentaram recriar a pasta no ano passado contestam a ideia, argumentando que o ministério é importante demais para ser subordinado a interesses pessoais e ser usado como uma moeda de troca. Ex-aliados do presidente Jair Bolsonaro ainda dizem que a proposta contraria a diretriz econômica do governo.
> Por Regina Duarte, Bolsonaro avalia recriar Ministério da Cultura
A ideia de elevar o status da Cultura, que hoje ocupa uma secretaria do Ministério do Turismo, foi ventilada nesse sábado (18) – um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro convidar Regina Duarte para ocupar o cargo que era de Roberto Alvim, exonerado na sexta-feira (17) após fazer citações nazistas em um vídeo institucional. A atriz até elogiou o governo depois do convite, mas pediu mais tempo para pensar na proposta e deve conversar com o presidente para poder tomar uma decisão nesta segunda-feira (20).
Caso aceite o convite, contudo, Regina Duarte abrirá mão de boa parte do seu salário. A atriz recebe cerca de R$ 60 mil por mês na Globo, mas passaria a receber um salário de aproximadamente R$ 15 mil caso virasse secretária da Cultura de Bolsonaro. O cargo de ministra, por sua vez, reduziria essa diferença salarial, já que oferece uma remuneração de cerca de R$ 30 mil. Os interlocutores do governo que reconheceram a possibilidade de recriação do Ministério da Cultura, por sua vez, não falam na questão financeira, só alegam que o status de um ministério é mais apropriado ao histórico de Regina Duarte.
Líder do Psol – partido que apresentou uma emenda para tentar recriar o Ministério da Cultura, extinto pelo próprio Bolsonaro em 2019 -, o deputado Ivan Valente (SP) avalia que a ideia de ter a pasta de volta à Esplanada realmente é algo puramente simbólico, que servirá apenas para agradar a artista da Globo. E, por isso, deve ser avaliada com ponderação.
Publicidade“A Cultura tem sido tratada com um desprezo enorme. E o governo tem dado um orçamento muito baixo para esses ministérios da área social. Então, é só uma forma de fingir dar poderes maiores e autonomia para Regina Duarte. Portanto, é preciso avaliar para que vai servir esse ministério e o que ele vai fazer”, ponderou o deputado, dizendo que é a favor de “um ministério que tenha estrutura e possa desenvolver uma cultura democrática” e não de um ministério que fique subordinado aos interesses individuais do governo e sirva “de propaganda para Goebbels”.
Da mesma forma, o líder da Oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que é preciso avaliar qual a política que o governo tentará implantar nesse novo ministério antes de tomar uma decisão sobre o assunto. “Como dissemos desde o início, pela importância da pasta, é necessário que a Cultura tenha status de Ministério. Mas isso não basta. Primeiro, é preciso que o ministro seja capaz de construir avanços pra população e não que esteja a cargo dos objetivos destrutivos de Bolsonaro, como fazem os ministros do Meio Ambiente, da Educação e da Relaçōes Exteriores. Segundo, é fundamental saber qual a política que se tentará implementar no novo Ministério – vão tentar impor o dirigismo estatal típico de governos autoritários?”, questionou.
Deputados de direita que romperam com Jair Bolsonaro também criticaram a ideia, mas sob outro ponto de vista: o financeiro. Eles lembraram que a ideia inicial do governo era justamente enxugar o número de ministérios para cortar os gastos do Executivo e implantar o “estado mínimo”. A ex-líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), foi uma das que criticou a ideia. Veja o que ela disse no Twitter:
Começaram as bolhas de ensaio do governo.
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A idéia seria aproveitar o nome de Regina Duarte para recriar MAIS UM MINISTÉRIO!
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Em 2014, o Ministério da Cultura custou 1,8 BILHÃO (despesas de manutenção e Rouanet).
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Hj temos 22 pastas ministeriais!— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) January 19, 2020
O presidente já declarou em live q se arrepende de ter acabado c/o Ministério da Pesca.
Amigos do Palácio defendem a recriação do Ministério da Segurança Pública.
E agora,tem a turma q prega a volta do Ministério da Cultura.
É simples.Você apoia a criação de mais ministérios?
— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) January 19, 2020
As críticas indicam, então, que o Ministério da Cultura não deve ser recriado tão fácil neste momento. Afinal, caso avance no governo, a proposta também precisa ser aprovada pelo Congresso.
>Bolsonaro: Alvim tornou insustentável sua permanência no governo
Incrível, como a esquerdalha que não tem propostas nem ideologia critica o Bolsonaro justamente nos quesitos que a mesma defende em todo o mundo e tentou (e ainda tenta) implantar no país. Ditadura do proleOtariado, partido único, imprensa estatal única, intolerância total com quem pensa e é diferente, estado total impondo suas leis sobre o indivíduo, censura às artes e à cultura (realismo socialista), misoginia (vide os ataques escrotos da cloaca Abreu), machismo, covardia (a esquerdalha diz que não está para corrigir o mundo, mas diz que não curte violência (a praticada pelos outros) enquanto silencia diante da violência sádica de um militante artista que deveria já ter sido expulso do país que explorou até o tutano. Atacar uma mulher deveria ser punido pela Lei Maria da Penha. Mas militante da esquerdalha, um canalhão perigoso, pode gozar de impunidade?
O ocupante do Planalto é um cara totalmente sem noção.