Os encontros entre o presidente Jair Bolsonaro e os pastores investigados pela Polícia Federal, Gilmar Santos e Arilton Moura por suposta articulação de pedido de propina teve o sigilo decretado pelo Palácio do Planalto. Os religiosos negam qualquer irregularidade, mas a suspeita é de que eles conduziam um esquema de cobrança de valores extra para liberação de recursos do Ministério da Educação.
O sigilo recaiu após o jornal O Globo solicitar, por meio da Lei de Acesso à Informação, a relação das entradas e saídas dos pastores no Palácio. Também foi questionado em quais vezes o destino foi o gabinete presidencial.
Em resposta, o Gabinete de Segurança Institucional (GS), comandado pelo ministro Augusto Heleno, afirmou que a solicitação “não poderá ser atendida”, porque a divulgação dessa informação poderia colocar em risco a vida do presidente da República e de seus familiares.
As informações solicitadas não constam da agenda do presidente Bolsonaro, tanto porque são diferentes da identificação feita nas portarias do prédio, quanto pelo fato de que nem todos os encontros de Bolsonaro têm sido divulgados.
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Na agenda oficial do presidente constam ao menos três reuniões dos pastores Gilmar e Arilton com Bolsonaro, no Palácio do Planalto. Além dessa, há registro de um encontro no Ministério da Educação, com a presença do então chefe da pasta, Milton Ribeiro. Esses encontros constam da agenda oficial do presidente.
Os religiosos também estiveram no Congresso em mais de uma ocasião, conforme registros oficiais. Arilton Moura esteve 90 vezes na Câmara, entre janeiro de 2019 e março de 2022. Ele circulou em vários gabinetes, conforme consta no sistema de segurança da Casa, e entre os destinos esteve o gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
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