O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira (16) Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde. A decisão foi anunciada pelo próprio Mandetta no Twitter.
“Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”, escreveu ele após se reunir com Bolsonaro no Palácio do Planalto.
Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país.
— Henrique Mandetta (@lhmandetta) April 16, 2020
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Nas mensagens, Mandetta frisou que o enfrentamento da pandemia do coronavírus é o grande desafio que o Sistema Único de Saúde (SUS) está por enfrentar.
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“Deixo o Ministério da Saúde com muita gratidão ao presidente por ter me nominado e por ter permitido que eu nominasse meus secretários”, disse Mandetta em entrevista à imprensa após ter anunciado a demissão. Ele pediu para a equipe da pasta continuar trabalhando para o próximo ministro e defendeu um processo de transição suave.
“Nada tem significado que não seja uma defesa intransigente da vida, uma defesa intransigente do SUS e uma defesa intransigente da ciência. A ciência é a luz”, finalizou ele.
O Ibovespa reagiu rapidamente e caiu 1,3%, indo na contramão das bolsas de valores do resto do mundo.
Substituição
A exoneração foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), junto com a nomeação do médico oncologista Nelson Teich.
Assim como Mandetta, Teich demonstrou postura divergente em relação às de Bolsonaro a respeito das estratégias de combate à pandemia e já se mostrou favorável ao isolamento social.
“Diante da falta de informações e completas de comportamento, morbidade e letalidade de Covid-19, e com possibilidade do sistema de saúde não ser capaz de absorver a demanda crescente de pacientes, a opção pelo isolamento horizontal, onde toda a população que não executa atividades essenciais precisa seguir as medidas de distância social, é uma melhor estratégia no momento”, disse Teich dia 3 de abril, conforme demonstrou o Estadão.
O médico, inclusive, criticou a postura do presidente Bolsonaro e disse que os posicionamentos do chefe do Executivo trazem “fragilidades e não representam uma solução definitiva para o problema”.
Para Nelson Teich, o Brasil deveria adotar a estratégia de testagem em massa para combater a pandemia de coronavírus.
Saída anunciada
Mandetta já vinha acusando a possibilidade de saída do cargo há dias, mas dizia que não pediria para sair, com a justificativa de que “um médico não abandona seu paciente” e esperou a decisão de Bolsonaro.
Em uma videoconferência com especialistas sobre a covid-19 nesta quinta, ele havia adiantado perspectiva de saída do cargo entre hoje e amanhã. Mandetta também voltou a criticar o uso de cloroquina no combate ao coronavírus, afirmando que ela “se prestou muito para discurso político”.
A medicação tem sido defendida por Jair Bolsonaro e aliados próximos. A eficácia da substância no tratamento da covid-19 ainda não está comprovada.
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Divergências
Mandetta e o presidente Jair Bolsonaro divergiram sobre a atuação de combate ao coronavírus desde início da pandemia. O capítulo mais recente do atrito entre os dois foi no último domingo (12), quando o ministro da Saúde deu uma entrevista para o programa Fantástico, da TV Globo.
Durante a entrevista, Mandetta afirmou que é necessário que as estratégias do governo sejam unificadas, pois, no momento, existe uma “dubiedade” que confunde a população que acaba dividida entre seguir as orientações da Saúde ou do presidente.
O embate entre as duas autoridades tornou-se público nas últimas semanas. O principal motivo do desentendimento são as orientações de prevenção contra o coronavírus que são recomendadas pelo Ministério e desconsideradas pelo presidente. No último dia 5, Bolsonaro disse, sem citar nomes, que tem ministros achando que são estrelas.
O uso da hidroxicloroquina e medidas de isolamento social são os principais pontos de divergências entre a atuação de Bolsonaro e Mandetta na crise do coronavírus.
O ministro defende as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) de isolamento social. Por sua vez, Bolsonaro acredita que pode haver uma flexibilização, com abertura gradual de comércios.
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Triste e lamentável. Uma demissão totalmente política, motivada por melindres e vaidade política. Politizar uma pandemia é pedir para batermos mais um recorde negativo e vergonhoso de maior número de contaminados e mortos pelo covid-19, no mundo. Mais uma vez vamos ser notícia negativa no mundo inteiro, fruto de uma política que tem suas bases somente com pensamento no poder, onde impera o egoísmo, a ganância, a vaidade e o orgulho.O povo brasileiro tem que dar sua contribuição cívica e patriótica e parar com essa desunião provocada por idealismos políticos tão desnecessários num momento como esse. Esqueçam, pelo menos, nesse momento, os desastrosos comandos desse País nas últimas décadas. Enfim, só nos resta nossa união e rezar, pedindo a Deus que no final de tudo não tenhamos que contar milhares de mortos.
Presidente pífio, indigno do cargo que ocupa.
Se o presidente focar apenas na pandemia e deixar sucumbir a economia e os empregos, a oposição usará isto para pedir sua cabeça. O presidente está justamente fugindo da politização da pandemia, alimentada pelos partidos de esquerda e pela parte podre da imprensa, encabeçada pela Globo. O fato verificado diariamente é que o Brasil está lidando com a pandemia de maneira muito mais eficiente que os outros países. Enquanto alguns alimentam a histeria coletiva, o presidente tentava manter a população equilibrada. Pouca gente teve a capacidade de enxergar isso.
Essa eficiência foi graças à sua equipe de ministros, principalmente os da saúde e economia. Porque trocar agora? O mundo inteiro está falando que o isolamento é necessário e eficiente. Não tiro a razão do presidente em se preocupar com a economia, mas de que adiantará termos uma economia saudável e um povo doente e muitos mortos? A saúde no Brasil sempre foi e continua sendo um caos e nunca foi prioridade de qualquer governo. Sou apartidário e, também, não estou de acordo com esse massacre que a mídia e a oposição impõem ao presidente todos os dias, mas ficou nítido que essa demissão foi totalmente política e pessoal. Vou torcer para dar certo, ao contrário do que muitos, que usam da teoria de quanto pior, melhor.
“mas de que adiantará termos uma economia saudável e um povo doente e muitos mortos?”. Pode ter certeza que o número de mortos e de vítimas de assalto, devido ao desemprego e consequente fome, será muito maior que o de mortos e doentes vítimas do vírus. Se você não tira a razão do presidente em tentar equilibrar os dois fatores, então deveria entender o posicionamento dele. A saúde sempre foi uma porcaria no Brasil porque nosso sistema político ainda é bastante falho e a inteligência do eleitor é mísera. Quando aparece alguém disposto a mudar este sistema, tem muita gente que pede a caveira dele. É o que estamos vivenciando neste momento. Eu tenho fé de que passando esta pandemia, veremos que os acertos foram maiores que os erros.