Em entrevista à rádio Gaúcha na manhã desta segunda-feira (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, defendeu o valor da liberdade de imprensa como “inegociável” para a democracia e considerou a reação do presidente Jair Bolsonaro ao atacar jornalista do jornal O Globo no último domingo (23) como uma reação “desproporcional”.
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“Claro que, muitas vezes, a pergunta que vocês fazem a gente não gosta. É da natureza humana. Mas não cabe uma reação desproporcional como a do presidente”, colocou Maia.
Ontem, ao ser questionado por um repórter do jornal O Globo sobre os cheques depositados por Fabrício Queiroz à primeira-dama Michelle Bolsonaro, o presidente ameaçou o jornalista. “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada”, disse o presidente. A fala foi repudiada por diversos veículos, associações de jornalismo e parlamentares.
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“Uma frase desse impacto vindo de um político, do presidente do Brasil, da figura mais importante da política brasileira gera um impacto muito negativo internamente e externamente”, afirmou Maia. Ele classificou os últimos meses, em que o presidente baixou o tom contra os poderes Legislativo e Judiciário, como positivos para o Brasil e para o governo e diz esperar que isto se mantenha.
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Publicidade“Os últimos 66 dias foram muito positivos para o Brasil e para o próprio governo. Gostaria muito que a gente mantivesse isso, tratando a liberdade de imprensa como inegociável para a nossa democracia”, afirmou.
O presidente da Câmara reforçou a “independência e o diálogo” entre os poderes como uma importante ferramenta e coloca a superação da pandemia como a principal pauta do momento, descartando, mais uma vez, a possibilidade de análise dos pedidos de impeachment contra o presidente no atual contexto.
“Não é o momento de avaliar um processo de impeachment. Nós estamos vivendo uma pandemia, chegando aí a 120 mil mortos, milhões de contaminados e uma crise econômica. Eu prefiro tocar a pauta da câmara nesses assuntos. Eu não acho que o impeachment é um instrumento que possa ser usado a qualquer momento”, afirmou. “Acho que nesse momento, não vale focar os nossos esforços para ampliar a crise política dentro do Brasil”, apontou.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, o Brasil acumula 3.605.783 casos de casos confirmados da covid-19 e 114.744 óbitos.
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Eu não acho correto a postura do Maia de ignorar os crimes de Bolsonaro devido a pandemia. Varias denuncias ja empilham contra o governo Bolsonaro e o presidente da câmara propositalmente ignora.
A GLOBO JÁ PASSOU DOS LIMITES TOLERÁVEIS Á MUITO TEMPO COM O PRESIDENTE, ACHO ATÉ QUE O PRESIDENTE TEM MUITA PACIENCIA! ESSE TIPO DE JORNALISMO QUE A GLOBO FAZ COM O PRESIDENTE NÃO É JORNALISMO É AFRONTA! SÓ PORQUE O PRESIDENTE NÃO QUIS CONTINUAR COM A CORRUPÇÃO QUE ELES ESTAVAM ACOSTUMADOS COM OS GOVERNOS DO PT? É BRINCADEIRA! TANTO A GLOBO ESTÁ ERRADA QUE A POPULARIDADE DELE SÓ ESTÁ AUMENTANDO.
Quem já passou os limites toleráveis é o jair. A imprensa sempre fez e faz perguntas, incisivas e às vezes incômodas, para todos os políticos e presidentes. É sua função! A função do regente é responder e explicar. E sim, fizeram com FHC, com lula e dilma, mas esses não perdiam a compostura nem a dignidade. Mas, talvez seja difícil perder o que nunca se teve.
P.S. a popularidade do jair estava aumentando sim porque por um tempo ficou calado, sem as costumeiras agressões e grosserias e porque o ‘governo’ está usando os nossos impostos (e que bom que os usa para isso) pagando um auxílio ao povo necessitado nesses tempos de pandemia.
Má educação e grosseria não é sinônimo de paciência. Já o eufemismo “rachadinha” é um nome suave, até polido, de se designar roubo de dinheiro público, que delicadamente os jornalistas também designam como “desvio”. Não há democracia sem imprensa livre, doa a quem doer, a Sarney, Itamar, Collor, FHC, LUla ou Dilma. E Bolsonaro.