Pesquisa do Ipec divulgada nesta sexta-feira (9) pelo jornal O Globo revela que 41% dos eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, em 2022, possuem uma visão positiva, neutra ou regular do governo Lula. Segundo o levantamento, 8% desses eleitores classificam o atual governo como ótimo ou bom, enquanto 33% o veem como regular. Por outro lado, 56% dos eleitores de Bolsonaro avaliam a gestão Lula como ruim ou péssima.
A eleição do ano passado foi a mais acirrada desde a redemocratização do país, com vantagem de 1,8 ponto percentual para o atual presidente em relação ao seu antecessor. O comportamento dos eleitores bolsonaristas é menos homogêneo do que o observado nos que votaram em Lula no segundo turno, segundo O Globo.
Entre os que escolheram o petista, 68% consideram seu governo ótimo ou bom e 27% o classificam como regular — percentual próximo ao registrado entre eleitores bolsonaristas. Apenas 3% avaliam a atual gestão petista como ruim ou péssima na pesquisa que tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos dentro de um intervalo de confiança de 95%.
O Ipec entrevistou presencialmente 2 mil pessoas entre os dias 1º e 5 de junho. A pesquisa também mostra que 19% dos que votaram em Bolsonaro indicaram aprovar a maneira de governar de Lula. Já 16% dizem confiar no atual presidente.
A pesquisa Ipec também mediu o tamanho do apoio ao governo Lula entre eleitores que votaram em branco ou nulo no segundo turno passado. Nesse grupo, os que apontam que a gestão é ruim ou péssima são minoria: 33%. A maior parte dessa população classifica o governo como regular (43%) e uma parcela menor como ótimo ou bom (17%). Ainda assim, a maioria desse segmento desaprova a maneira de Lula governar (47%) e não confia no petista (64%).
No geral, a nova pesquisa Ipec revela que a aprovação ao governo oscilou para baixo. O grupo que classifica a administração do petista como “boa” ou “ótima” passou de 39% para 37% em relação a abril. Já as avaliações “ruim” ou “péssima” variaram na direção oposta, saindo de 26% para 28%. Os que consideram a gestão “regular” eram 30%, e agora totalizam 32%.
De acordo com o instituto, apesar de todas as variações estarem dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos, os números indicam uma tendência negativa da opinião pública em relação ao Executivo federal neste primeiro semestre de governo. Em março, no primeiro levantamento feito pelo instituto, 17 pontos percentuais separavam os grupos dos satisfeitos e o dos insatisfeitos. Hoje, na pesquisa que foi às ruas entre 1º e 5 de junho, essa distância está em nove pontos.
“Essas oscilações podem decorrer de uma acomodação natural da avaliação do início de governo, do ajuste entre desejo e percepção. Além disso, apesar de termos alguns indicadores econômicos positivos recentemente, seus efeitos podem ainda não terem sido percebidos na prática pelos eleitores”, observa a CEO do Ipec, Márcia Cavallari, ex-diretora do Ibope.
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