O presidente Jair Bolsonaro convocou na quarta-feira (29) uma reunião para tratar do plano Pró-Brasil, que prevê investimentos em obras de infraestrutura. O encontro teve o objetivo de fazer um alinhamento com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além de Guedes e Bolsonaro, participaram os ministros da Casa Civil, general Walter Braga Netto, e da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos. Fontes ligadas ao governo disseram ao Congresso em Foco que no encontro ficou decidido que Guedes terá a palavra final sobre as ações da iniciativa.
Bolsonaro disse nesta quinta-feira (30) que Paulo Guedes não vai sair do cargo. “Ele fica no governo até o final de 2022, quando termina o meu mandato”. A declaração foi dada em entrevista à Band.
O governo tentou prestigiar Guedes nesta semana. Na segunda-feira (27), o presidente disse que é o ministro “quem manda na economia”.
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PublicidadeO ministro da Economia acredita que há um uso excessivo do dinheiro público para esse programa e não participou do evento de lançamento no último dia 22.
O programa é coordenado pelo ministro da Casa Civil, general Walter Braga Netto. As principais ações envolvem os Ministérios do Desenvolvimento Regional, comandado por Rogério Marinho, e o de Infraestrutura, capitaneado por Tarcísio Freitas.
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Ainda não há um detalhamento das ações, mas o ministro Tarcísio Freitas anunciou durante o evento de lançamento que vai elaborar uma lista de 70 obras e que elas vão totalizar investimentos de R$ 30 bilhões até 2022.
Na reunião de quarta-feira, Guedes afirmou que a crítica na condução do programa não é generalizada para todos e que está centrada em Marinho.
“Pediram para que seja cumprido esse compromisso da agenda liberal de Paulo Guedes. Ele disse que ia participar junto [do programa] com o ministro Braga Netto, que não teve nada com o ministro Braga Netto, deixou a entender que o problema realmente foi só com Rogério Marinho e com mais ninguém do governo”, disse a fonte ouvida pelo Premium.
Após a reunião com Bolsonaro e colegas de Esplanada, foi combinado que Guedes e Braga Netto fariam um pronunciamento conjunto para mostrar que estão alinhados, o que aconteceu na noite de quarta.
“Em nenhum momento se pensou em sair do trilho programado pela Economia. Quem dá esse caminho, a palavra final, é a Economia, se é possível ou não. E quem decide é o presidente”, afirmou o ministro da Casa Civil no pronunciamento.
Na ocasião, apesar de demonstrar estar disposto a tocar o programa, Guedes não poupou críticas e defendeu que seja buscado dinheiro privado para financiar parte da iniciativa.
“A crise é da saúde. Não pode alguém achar, no momento em que fomos baleados, caímos no chão, está uma confusão danada e temos que ajudar a saúde, alguém vem correndo, bate a nossa carteira e sai correndo. Isso não vai acontecer”.
O ministro da Economia também disse, sem citar nomes, que há pessoas no governo querendo usar o Pró-Brasil para “farra eleitoral”.
“Seria muito oportunismo político, muita irresponsabilidade fiscal, seria imperdoável para a população brasileira se aproveitássemos uma crise na saúde para transformar seja em uma farra eleitoral, seja em um protagonismo excessivo de um ou outro ministro que queria, para se engrandecer, colocar em risco o governo do presidente”.
O Congresso em Foco procurou o ministro Rogério Marinho para comentar sobre o programa e ele se limitou a dizer que “quem conduz o processo é o ministro Braga Netto”.
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