A decisão de não ter apresentado nessa segunda-feira (28) o restante da participação do Poder Executivo na reforma tributária foi tomada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro. Na semana passada, o governo convidou líderes partidários no Congresso para apresentar as diretrizes do novo programa social, o Renda Cidadã, e o restante da reforma tributária, que incluiria uma ampla desoneração na folha de pagamento, a ampliação da isenção do Imposto de Renda para pessoas físicas e um novo tributo sobre movimentações financeiras similar à extinta CPMF. Os textos das duas iniciativas seriam apresentados nessa segunda, mas somente o Renda Cidadã foi divulgado.
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O Congresso em Foco ouviu participantes da reunião que relataram que foram informados apenas no início do encontro de que a apresentação do restante da reforma tributária seria adiada, em vez de ser divulgada nessa segunda, como estava previsto.
“Na verdade, a primeira fala do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros, foi no sentido de que não havia consenso para a tributária e, por isso, ela não seria apresentada ainda. Focaram no Renda Cidadã”, disse um dos líderes partidários que pediu para não ser identificado. O presidente Jair Bolsonaro ainda resiste à proposta por entender que ela enfrenta oposição no Congresso.
Barros disse em entrevista coletiva após o encontro que ainda não há consenso sobre a reforma tributária. Na semana passada, o líder do governo fez diversas reuniões com líderes partidários para colher opiniões sobre a reforma.
Um deputado que estava entre os presentes no encontro com o presidente e ministros avalia que será difícil a reforma tributária avançar durante as eleições municipais, que vão até o fim de novembro. A expectativa é que a o debate sobre a reforma volte a ganhar corpo em dezembro.
A opinião que as eleições municipais vão atrasar a reforma é compartilhada por líderes no Poder Legislativo, como mostrou o Congresso em Foco em agosto.
Apesar disso, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, disse ao Congresso em Foco que o governo vai continuar buscando consenso para apresentar a matéria ao Congresso. “Continuamos construindo base de apoio”, afirmou.
Barros tem nesta terça-feira (29) uma conversa marcada com o relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
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Criar um imposto só com objetivos de distribuir dinheiro para comprar votos é um absurdo.
Isso não vai ser aprovado.