Em uma transmissão ao vivo realizada em seu perfil do Instagram, a ministra dos povos originários, Sônia Guajajara, alertou que não há expectativa de solução a curto prazo para a crise humanitária que atinge as comunidades da Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima. Apesar do esforço concentrado da União, a dirigente da pasta chama atenção para o fato de se tratar de um problema construído ao longo de décadas.
No início de 2023, o governo decretou estado de emergência em saúde na TI Yanomami após uma visita do presidente Lula. A população local sofria de fome e doenças decorrentes da intensificação do garimpo clandestino na região, atividade que resulta na perda de vegetação nativa e intoxicação dos rios com o despejo de mercúrio, comprometendo as principais fontes de alimento e água das comunidades.
Um ano depois, já em 2024, o governo transformou as medidas emergenciais em um programa permanente de enfrentamento ao garimpo na Amazônia, destinando R$ 1,2 bilhões para intensificar as políticas de amparo humanitário às comunidades indígenas, reforçar as ações dos órgãos de defesa e segurança, construir um aparato para centralizar no estado a tomada de decisões para a gestão de crise e reconstruir a Casa de Saúde Indígena (Casai), negligenciada pelo governo anterior.
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Segundo a ministra, esses investimentos muito provavelmente não serão suficientes para resolver a crise. “Assim como foram décadas de invasão para chegar a este ponto, pode levar décadas para restabelecer tudo”, declarou. Sônia Guajajara reconhece que os resultados das ações de recuperação da TI Yanomami trouxeram poucos resultados desde o início da implementação.
De acordo com a chefe da pasta dos Povos Originários, as operações policiais em Roraima conseguiram retirar a maior parte dos garimpeiros. Resta, porém, uma parcela mais agressiva e mais bem estruturada. “Quem ficou dentro do território yanomami são as organizações criminosas; o crime organizado, que continua ameaçando e violentando meninas”, relatou.
Sônia Guajajara defende a continuidade das ações policiais para desocupação de invasores da TI Yanomami. Anteriormente, a presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários da Câmara dos Deputados, Célia Xakriabá (Psol-MG), ressaltou a necessidade de se investigar as ações violentas de garimpeiros contra indígenas na região, que em alguns casos chegaram a resultar na morte de aldeias inteiras.
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