A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) resolveu suspender os estudos clínicos da vacina Covaxin, na noite desta sexta-feira (23). A decisão foi tomada após a empresa indiana Bharat Biotech romper o acordo que mantinha com a brasileira Precisa Medicamentos, alvo de investigação da CPI da Covid no Senado.
Em nota, a Anvisa informou que os ofícios comunicando a suspensão cautelar foram enviados ao Instituto Albert Einstein, que coordena os estudos clínicos da vacina, e à Precisa. A empresa atuava na intermediação entre o fabricante da Covaxin com o Ministério da Saúde. De acordo com a agência, o imunizante indiano não chegou a ser aplicado em voluntários brasileiros.
Para a Anvisa, o fim da parceria “inviabiliza a realização do estudo”. A agência já tinha antecipado que iria reavaliar os pedidos relacionados à vacina. Irregularidades na negociação da vacina foram denunciadas pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) e pelo irmão dele, Luis Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde.
Em nota divulgada nessa sexta, a Bharat Biotech negou “veementemente” que tenha enviado documentos apresentados pela Precisa ao Ministério da Saúde enquanto as doses eram negociadas. A CPI pretende antecipar o depoimento do presidente da empresa brasileira assim que o Congresso voltar do recesso.
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A senadora Simone Tebet (MDB-MS) considera que o episódio configura crime de falsidade ideológica, entre outros, e que a comissão buscará investigar o que motivou as irregularidades. “A pergunta é: para que fim? Eles estavam negociando para que? Para poder levar vantagem, para poder receber propina e poder pagar em paraíso fiscal esse valor antecipado de US$ 45 milhões, R$ 200 milhões, para serem rateados com quem?”, indaga.
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