A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu, nesta quinta-feira (19), dois pedidos de investigação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL). O chefe do Executivo pode ser investigado por suas declarações que associaram um homem negro a arrobas (unidade de peso para pesagem de gado). A fala do presidente foi veiculada em um vídeo em 12 de maio deste ano após um encontro em frente ao Palácio do Alvorada, em Brasília. Os pedidos foram enviados à PGR pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia.
“Tal declaração possui cunho inegavelmente racista, tendo em vista que arroba é uma medida utilizada para pesar animais. Ao utilizar o termo, há um claro intuito de associar a pessoa negra a um animal, explicitando o racismo da conduta”, diz o pedido de investigação protocolados no por deputados do PSOL e PCdoB. Para eles, a declaração do presidente configura crime de racismo.
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A fala de Bolsonaro foi dirigida ao presidente da Câmara Municipal de Holambra, em São Paulo, Serjão Oliveira (PTB).”Tu pesa quanto? Mais de sete arrobas, né? (risos)”, disse o presidente. Bolsonaro em seguida faz referência a um outro processo da PGR: “Sabia que já eu fui processado por isso? Chamei um cara de oito arrobas”. O vídeo com as declarações chegou a ser transmitido na época por um canal bolsonarista. O vereador postou uma foto com o presidente no dia 2 de maio.
“Sabe-se que a arroba é uma unidade de medida de peso, equivalente a aproximadamente 15 quilogramas, utilizada majoritariamente a animais destinados ao consumo humano, o que revela a visão animalizada que Jair Messias Bolsonaro tem da população negra e que, na qualidade de Presidente da República, a propaga”, afirmam os partidos nos dois documentos. Agora, cabe a PGR aceitar, ou não, o pedido de investigação.
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