O Brasil alcançou a infeliz marca de 100 mil mortos por covid-19 neste sábado (8). os dados são de um consórcio de de veículos de comunicação e ainda não foram confirmados pelo Ministério da Saúde. De acordo com números oficiais da pasta, até essa sexta-feira (7), o país tinha 99.572 óbitos em decorrência do novo coronavírus. Diante desta marca, diferentes políticos foram às redes sociais se manifestar sobre o número de mortes e alguns criticaram o governo.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que “nunca foi só uma gripezinha”, fazendo referência ao discurso do presidente no dia 24 de março.
100 mil mortos! Nunca foi só uma gripezinha. O negacionismo e a omissão de Bolsonaro fizeram a crise tomar proporções catastróficas. Enquanto lutamos p/ salvar vidas e criar políticas p/ superarmos a pandemia, Bolsonaro se ocupa em se proteger de investigações! #Bolsonaro100Mil pic.twitter.com/rfvW1UwIHb
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Publicidade— Randolfe Rodrigues 🇧🇷 (@randolfeap) August 8, 2020
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A deputada psolista Fernanda Melchionna responsabilizou o presidente pelas mortes por covid-19.
Hoje o Brasil deve chegar ao triste número de 100 mil mortos por Covid-19. Bolsonaro atrapalhou o enfrentamento à doença, fez piada com o sofrimento do povo e até vetou indenização para profissionais de saúde. A crise no Brasil é responsabilidade dele. #Bolsonaro100Mil
Publicidade— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) August 8, 2020
O ex-juiz Sergio Moro usou as redes para comentar o marco. “Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí”, fazendo referência a uma fala do presidente.
Não podemos nos conformar, nem apenas dizer #CemMilEdaí. São mais de 100 mil mortos; 100 mil famílias que perderam entes para a Covid. Que a ciência nos aponte caminhos e que a fé nos dê esperança.
— Sergio Moro (@SF_Moro) August 8, 2020
O governador do Maranhão, Flávio Dino, criticou o presidente.
Quem disse que poucos morreriam ? Quem gerou aglomerações em passeios irresponsáveis ? Quem sabotou uso de máscaras ? Quem debochou das mortes, alegando não ser coveiro ? Quem divulgou remédios “milagrosos”, sem ser médico ? São as perguntas do Tribunal da História para Bolsonaro
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) August 8, 2020
Ciro Gomes também criticou o governo.
BRASIL DE LUTO. Genocídio promovido por um governo de incompetentes e irresponsáveis! pic.twitter.com/Mi5ruiZGqU
— Ciro Gomes (@cirogomes) August 8, 2020
O perfil do PDT no Senado também apontou como irresponsáveis as atitudes de Bolsonaro diante da doença.
É hoje que o Brasil ultrapassa os 100 mil mortos por coronavírus e os 3 milhões de infectados. A tragédia brasileira foi tratada com descaso, deboche e irresponsabilidade pelo presidente #ForaBolsonaro.#Bolsonaro100mil #CemMilEdai pic.twitter.com/ObQvL3iRCh
— PDT Senado (@PDTsenado) August 8, 2020
O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) também comentou a aproximação da marca:
Quando o país chorava seus 10 mil mortos, Bolsonaro saiu para passear de jet ski. O que será que o presidente fará hoje diante da dor de 100 mil famílias destruídas? #Bolsonaro100Mil
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) August 8, 2020
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não criticou o presidente, mas também se manifestou pelas redes sociais e decretou luto de quatro dias em solidariedade aos brasileiros mortos pela doença.
Hoje (8/08/2020) é um dos dias mais tristes da nossa história recente. O Brasil registra 100 mil vidas perdidas para a covid-19. O Congresso Nacional decreta luto oficial de 4 dias em solidariedade a todos os brasileiros afetados pela pandemia e às vítimas desta tragédia.
— Davi Alcolumbre (@davialcolumbre) August 8, 2020
O presidente da Câmara dos Depuatdos, Rodrigo Maia (DEM-RJ) também comentou o número de mortes.
Estamos convivendo diariamente com a pandemia, mas não podemos ficar anestesiados e tratar com naturalidade esses números. Cada vida é única e importa. Em nome da Câmara dos Deputados, presto mais uma vez solidariedade aos familiares e amigos das vítimas desta grande tragédia.
— Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) August 8, 2020
Sem criticar diretamente o presidente, o senador Alessandro Vieira disse que o “tempo vai cobrar quem falhou como liderança”.
O Brasil já perdeu mais de 100 mil vidas para a Covid. São “vidas que não seguem”, sonhos interrompidos. Ignorar a tragédia é desumano. A atuação séria e eficiente do poder público é indispensável para reduzir o drama e salvar vidas. O tempo vai cobrar quem falhou como liderança.
— Senador Alessandro Vieira (@Sen_Alessandro) August 8, 2020
Nesta quinta-feira (6), Jair Bolsonaro assinou a Medida Provisória que prevê a transferência de R$1,9 bilhão para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) selar o acordo com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, do Reino Unido, para a produção da vacina contra covid-19 no Brasil. A previsão para início da produção da vacina é dezembro deste ano. As primeiras doses estarão disponíveis para a população em janeiro de 2021.
Durante a solenidade no Palácio do Planalto, o presidente voltou a criticar o STF, governadores, prefeitos e até o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pelos protocolos contrários ao uso da cloroquina, medicamento sem comprovação científica contra covid-19 e descartada pela OMS. “Pior que decisão mal tomada é indecisão. Eu adotei essa linha desde o começo. Fico triste quando vejo pessoas, por decreto, proibindo um determinado medicamento. Desde o começo assumi essa postura, mesmo não sendo médico conversei com muitos e eles me disseram da questão do ‘fora da bula’. Se a prática não tivesse sido adotada há décadas atrás as doenças estariam ai ainda”, disse.
A OMS declarou pandemia 11 de março
> Governo libera R$ 1,9 bilhão para produção de vacina contra covid-19
Enquanto isso nosso sociopático ‘líder’ anda de moto e visita padarias e responde: e daí? E temos um general brincando de ministro da saúde e um ‘governo’ totalmente omisso. A história julgará esse desastre.
Registre-se nos anais desse país que, governadores, prefeitos e STF têm em suas mãos o sangue das mortes por COVID no Brasil!
Que o povo jamais se esqueça dessa tragédia!
É falso que o STF (Supremo Tribunal Federal) afastou o presidente Jair Bolsonaro de ações para o controle da pandemia e atribuiu a responsabilidade a governadores e prefeitos, como afirmam posts nas redes sociais (veja aqui). Em decisões recentes, a corte entendeu que estados e municípios têm legitimidade para decretar medidas de isolamento social e que o governo federal não pode agir para revertê-las. O tribunal não desobrigou a União de ações para combater o avanço da doença!