Após inúmeras críticas de apoiadores por ter indicado Kassio Nunes ao Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro divulgou na manhã deste domingo (4) uma nota de esclarecimento sobre a decisão do desembargador no caso da extradição de Cesare Battisti.
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Pelo Twitter, o presidente disse que é mentira que o postulante ao Supremo tenha concordado com a permanência do italiano no país. Na sexta-feira (2), apoiadores do presidente também questionaram o entendimento de Kassio Nunes sobre o caso. “A política era privativa do presidente Lula, e ele decidiu que ficasse no Brasil, o Supremo decidiu. Em consequência, não pode um juiz de primeira, segunda instância, modificar decisão do Supremo Tribunal Federal, e o Kassio integrava essa turma, e ele acompanhou o relator”, disse Bolsonaro no Palácio da Alvorada.
Outros pontos serão colocados nas redes sociais: pic.twitter.com/G38jCla4pm
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— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) October 4, 2020
Bolsonaro disse ainda lamentar as “críticas infundadas que inundaram as mídias, em especial de uma autoridade do Rio, que queria a qualquer custo” que o presidente indicasse seu candidato ao Supremo.
Desde que anunciou Kassio Nunes para o STF, Bolsonaro vem recebendo duras críticas da ala ideológica do governo. Na sexta-feira (2) a #BolsonaroPetista ficou nos assuntos mais comentados do Twitter durante parte da tarde.
Em um vídeo publicado na semana passada, o pastor Silas Malafaia reagiu com veemência ao nome do desembargador. “O presidente não teria necessidade de colocar um ‘terrivelmente evangélico'”, reconheceu o pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, “mas um ‘terrivelmente de direita’, sim”. O líder evangélico disse que a indicação atende “o Centrão, o PT, a Esquerda, corruptos, quem é contra a Lava Jato”– e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), citado nominalmente por Malafaia.
A deputada Carla Zambelli (PSL-SP), afastada da liderança do governo na última semana, também disse que preferia outro nome, citando o jurista Ives Gandra Martins Filho.
Apesar da revolta de bolsonaristas, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, manifestaram apoio à indicação de Kassio Nunes ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste sábado (4), a CNN Brasil divulgou imagens de uma reunião entre o ministro do STF, Dias Toffoli, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), Bolsonaro e Kassio Nunes. De acordo com a emissora, eles se reuniram para ver o jogo do Palmeiras e tratar do processo de sabatina do desembargador no Senado.
Se aprovado pelos senadores, Nunes substitui o decano Celso de Mello, que antecipou sua aposentadoria de novembro para o próximo de 13.
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Diálogo é fundamental com todos. Ser refém é outra. Todos entenderam a indicação. Era um nome já aceito pelo Congresso, STF e etc. e pra evitar desgaste e continuar com apoio do centrão, pulou a indicação do STJ direto pro STF. Saiu caro pro Presidente e pra nós. E será assim até quando? Quais serão as próximas faturas a pagar? EU NÃO CONCORDO. Não vejo isso com bons olhos. O Lula começou assim.
Se isso não é conflito entre poderes, então é o quê.
Um erro capital presente na constituição. Como pode um ministro do Poder Judiciário ser indicado pelo chefe do Poder Executivo e tendo que passar pelo crivo da Corte do Legislativo (O senado federal)?
Cada Poder deve passar por escolha popular.
Do Jeito que o presidente e os senadores são eleitos com o voto popular, por que não os ministros do STF?
Apenas assim haveria harmonia e dependência entre os poderes.
Vaselina, o problema é dos outros.
A vaga do Celso de Melo será bem preenchida.
Mais um omisso e subalterno ao poder central.
Cesare Batistti antes de ser político era um ASSASSINO confesso condenado.