O presidente Jair Bolsonaro (PL) segue no seu segundo dia de entregas de obras na região Nordeste. Em visita a Barragem de Oiticica, em Jucurutu (RN), o chefe do Executivo criticou medidas de combate a covid-19, como o lockdown e isolamento social, e afirmou não ter errado durante a pandemia.
“A política do fica em casa, lockdown e toque de recolher, foi desumana. Levou a mortes, desemprego, muita gente foi para depressão e para o desespero. Não errei nenhuma durante a pandemia. Fui atacado covardemente o tempo todo”, afirmou Bolsonaro.
Confira a fala:
Segundo o presidente, a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a ineficácia do lockdown e das medidas restritivas. No entanto, em discurso proferido no dia 1º de fevereiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que países não devem recorrer somente às vacinas, e outras medidas de prevenção, como o lockdown, ainda se mostram necessárias.
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Bolsonaro também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a corte decidiu que governadores e prefeitos eram os responsáveis por conduzir a pandemia. No entanto, a decisão do STF não retirou poderes do governo federal para enfrentar a crise sanitária, apenas deu autonomia para estados e municípios implementarem medidas por conta própria.
Segundo o Painel Coronavírus, do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou mais de 633 mil óbitos provocados pela covid-19 desde a primeira morte registrada, no dia 12 de março de 2020. A atuação do governo federal tem sido amplamente questionada e chegou a ser objeto de investigação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
O relatório final da CPI da covid-19 pediu o indiciamento de 80 nomes por crimes cometidos durante a pandemia, incluindo o próprio presidente da República. Bolsonaro foi acusado por prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
No começo desta semana, o relatório completou 100 dias desde que foi entregue nas mãos do procurador-geral da República, Augusto Aras. Os processos não avançaram, mas Aras nega ter engavetado os pedidos de inquérito.
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