O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados costumam lançar críticas pesadas à imprensa brasileira por causa da cobertura jornalística do seu governo. Mas a verdade é que veículos estrangeiros, alguns deles entre os mais prestigiados do mundo, costumam ser mais severos nas cobranças ao governo.
A Bloomberg considerou que as acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro teria interferido na Polícia Federal junto com a imagem autoritária e a minimização da consequências provocadas pela pandemia na saúde pública questionam a capacidade de administração do governo pelo chefe do Executivo. “As acusações contra Bolsonaro, juntamente com seus flertes com autoritarismo e recusa em reconhecer a escala da emergência de saúde pública no Brasil, levantam questões sobre sua aptidão para liderar”, diz um editorial do grupo.
“Pelo bem da democracia brasileira, os legisladores e os tribunais devem insistir em que a investigação contra presidente continue e que Bolsonaro seja responsabilizado por sua conduta”, diz o texto.
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Anteriormente, outras publicações de renome mundial já haviam cobrado o presidente. No título de uma reportagem publicada em março pela revista The Economist, é feito um trocadilho com o nome de Bolsonaro, que foi grafado como “BolsoNero”. O texto lembra que após o primeiro óbito por covid-19 ser confirmado no Brasil, o presidente chamou o vírus de “histeria” e também aponta que Bolsonaro “ignorou as ordens de quarentena” quando interagiu e tirou foto com apoiadores no dia 15 de março, em Brasília.
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O jornal britânico The Guardian noticiou os ataques à imprensa feitos por Bolsonaro .”O presidente de extrema direita no Brasil, Jair Bolsonaro, acusou seus inimigos políticos e a imprensa de “enganar” propositadamente os cidadãos sobre perigos do coronavírus, enquanto a América Latina se preparava para um aumento no número de mortes”. Na mesma reportagem, também é mostrado que o presidente “resistiu” a adoção de medidas de isolamento mais firmes contra o vírus.
PublicidadeA revista de negócios e economia Forbes destacou a falta de apoio que Bolsonaro enfrenta por conta da crise provocada pela pandemia. “Ele tem sua base, embora esteja encolhendo. Reduzirá ainda mais se ele errar a resposta do coronavírus”, diz a reportagem.
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