Um cidadão comum consultou o laboratório em que o presidente Jair Bolsonaro realizou testes para detecção da covid-19 sobre a possibilidade de realização de exames sob um pseudônimo. No contato com o laboratório, realizado na quinta-feira (14) por telefone, ele ouviu que a omissão do nome não é permitida.
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“Não tinha a intenção de fazer, mas apenas de desmascarar a farsa. Foi apenas para mostrar que tal coisa não é legal, juridicamente falando”, disse ele.
O homem, que é advogado e preferiu ter o nome preservado, entende que ao apresentar exames com nome de terceiros, o presidente não atestou que ele não contraiu o vírus. “Não é suficiente para comprovar”, afirmou ele ao Congresso em Foco.
Dois exames do tipo PT-PCR foram feitos pelo presidente em um laboratório do Grupo Sabin, no Hospital das Forças Armadas (HFA), com os pseudônimos de Airton Guedes e Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz, e um terceiro foi realizado na Fundação Oswaldo Cruz, com o codinome “Paciente 05”. Os dois primeiros exames foram realizados nos dias 12 e 17 de março, após retornar de viagem aos Estados Unidos, mas os resultados só foram divulgados nesta semana, após um pedido judicial do jornal O Estado de S. Paulo.
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O homem que fez contato com o Sabin questionou se seria possível utilizar outro nome sob a justificativa de que não queria preocupar a família. Como resposta, ele ouviu que a identificação não poderia ser ocultada.
PublicidadeO homem chegou a afirmar que era prefeito, na tentativa de verificar se o fato de ser uma autoridade pública teria alguma diferenciação, mas recebeu novas negativas. A chamada foi gravada e ouvida pelo Congresso em Foco.
Posicionamento do laboratório
O Grupo Sabin Medicina Diagnóstica esclareceu que, no caso do serviço de apoio laboratorial a hospitais, as amostras já vêm identificadas e colhidas, cabendo ao laboratório o processamento, a análise e a emissão dos laudos a partir das informações recebidas. Foi o caso dos testes moleculares para detecção do Coronavírus SARS-CoV2 de Jair Bolsonaro, que foram colhidos e identificados pelo Hospital das Forças Armadas (HFA).
Questionado pela reportagem, o laboratório informou não foi adotado nenhum procedimento especial para o exame do presidente. “O Sabin realizou o processamento das amostras utilizando o mesmo padrão de atendimento e de qualidade das amostras encaminhadas pelas unidades ou recebidas de hospitais. Conforme amplamente divulgado pela imprensa, não tínhamos, na amostra em questão, informação que permitisse processamento diferenciado.”
No caso de cadastros realizados em suas unidades, o laboratório informou que não utiliza codinomes.
“A identificação por meio de documento oficial é obrigatória para a realização dos exames nos serviços oferecidos pela empresa.”
Procurado, o Hospital das Forças Armadas (HFA) não retornou até o fechamento desta reportagem.
Leia a nota do laboratório:
Nota de Esclarecimento
O Grupo Sabin Medicina Diagnóstica esclarece que os testes moleculares para detecção do Coronavírus SARS-CoV2, de Jair Messias Bolsonaro, divulgado em 13/05/2020 em seus dois codinomes, foram colhidos e identificados pelo Hospital das Forças Armadas (HFA).
Como serviço de apoio laboratorial, coube ao Sabin o processamento, a análise das amostras e emissão dos laudos a partir das informações recebidas.
O Grupo Sabin tem como missão oferecer serviços de saúde com excelência, que são auditados, certificados e acreditados por programas de qualidade nacionais e internacionais, além de atender a legislação vigente, mantendo a confidencialidade e privacidade dos seus pacientes.
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Juro que nuca vi tanta porcaria associada a uma única pessoa, no caso o presidente do meu país.
Historinha mal contada essa de codinome…