A sessão desta quinta-feira (3) na CPI do MST, na Câmara dos Deputados, ganhou notoriedade em função de uma ofensa proferida pelo presidente do colegiado, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), à deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP). Durante uma fala da parlamentar, o presidente questionou se ela queria “um calmante ou um hambúrguer para se acalmar”. Na avaliação de Sâmia, a tentativa de chacota acabou atingindo o objetivo contrário ao pretendido pelo deputado.
“O tiro da CPI do MST saiu pela culatra e restou aos bolsonaristas apenas a baixeza dos ataques misóginos. Tenho orgulho do nosso trabalho nessa CPI e vamos seguir combatendo o agrogolpismo com ainda mais força. As mulheres não abaixarão a cabeça, a nossa coragem é o medo deles”, declarou a deputada em suas redes sociais.
Ela também se pronunciou na própria CPI sobre o episódio. “Eu sei muito bem por quê fazem isso. Porque querem nos intimidar. Porque querem nos fazer retroceder. Mas eu tenho muito orgulho de estar do lado oposto dessa gente que está aqui nessa CPI. De gente que passou os últimos quatro anos rindo de quem estava morrendo na UTI pela covid-19. (…) E também tenho orgulho do papel que estou cumprindo nessa CPI, modéstia à parte”, afirmou.
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Sâmia Bomfim é uma das deputadas que fazem oposição à diretoria da CPI, que tem como relator o deputado Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro. Tanto Salles quanto o presidente da comissão são aliados próximos ao ex-presidente, e defensores de pautas da bancada ruralista, que tem maioria na comissão.
Zucco, por sua vez, alega que a deputada, em um momento de atrito, havia citado o nome de seu irmão, ex-assessor parlamentar que se encontra em tratamento contra o câncer. “Trazer o nome dele para me atingir ultrapassou todos os limites”, argumentou. De acordo com ele, Sâmia se destaca na CPI por lançar ofensas contra ele “Foram várias as oportunidades que as parlamentares fizeram ataques pessoais ao presidente, ao relator e aos membros do colegiado”.
De acordo com Sâmia, o caso configura um episódio de violência política de gênero, ainda mais diante do fato de Zucco ter cortado seu microfone enquanto falava na comissão para lançar a ofensa, e por isso será levado ao conhecimento da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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