A reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro marcada para esta terça-feira (22) foi cancelada por falta de consenso entre parlamentares da oposição e do governo. De acordo com o presidente da CPMI, Arthur Maia (União-BA), a sessão que votaria novos blocos de requerimentos e pedidos de quebra de sigilo foi suspensa antes mesmo do início por conta de ânimos acirrados entre os membros do colegiado.
A sessão teria como foco principal a apreciação de requerimentos protocolados após o depoimento da última quinta-feira (17), quando Walter Delgatti, o hacker de Araraquara envolvido na Vaza Jato, apresentou narrativa que implicava não só a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), mas uma uma série de nomes relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e membros da última gestão, como o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Além de Nogueira, a relatora da CPMI, Eliziane Gama (PSD-MA), defendia a aprovação de oitivas e quebras de sigilo de Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro, e de Mauro Lourena Cid, militar e pai do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
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Maia adiou o início da sessão na esperança de conseguir um acordo entre os parlamentares. Um dos principais pontos de disputa foi a quebra de sigilo de Zambelli, que teria apresentado o hacker ao ex-presidente e o teria conectado com integrantes do ministério da Defesa.
O deputado Marco Feliciano (PL-SP) e a relatora da CPMI se desentenderam durante a reunião do colegiado.
Tivemos uma reunião do presidente da CPMI @DepArthurMaia a relatora @elizianegama e os membros, para um possível consenso na pauta de deliberação. Eu questionei um requerimento em específico. Pedi a senadora para ser justa. Ela ficou em pé, levantou a voz e apontou o dedo para…
— Marco Feliciano (@marcofeliciano) August 22, 2023
Eliziane respondeu ao deputado via twitter:
A CPMI volta a se reunir na quinta-feira (24) para ouvir o depoimento de Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe da Ajudância de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Reis é apontado como responsável por movimentação atípica de recursos financeiros que tiveram como destinatário o coronel Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro. As informações estão em relatório de inteligência financeira (RIF) produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e enviado à CPMI no último dia 11.
*Com informações da Agência Senado
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