Parlamentares da base do governo que integram o colegiado da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golspitas protocolaram, ao todo, seis requerimentos que tornaram Walter Delgatti, conhecido como o hacker de Araraquara responsável pela Vaza Jato, o próximo depoente da Comissão. Preso pela Polícia Federal na semana passada (2), Delgatti comparece à CPMI na quinta-feira (10).
Os requerimentos foram pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), deputado Rogério Correia (PT-MG), deputado Duarte Jr. (PSB-MA), deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e deputado Rubens Pereira Jr. (PT-MA).
De acordo com a relatora da CPMI, Eliziane Gama, a oitiva de Walter Delgatti Netto “poderá auxiliar esta Comissão a esclarecer como a Deputada Carla Zambelli [PL-SP] atuou de modo a questionar a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro nas eleições de 2022″.
Delgatti foi preso preventivamente em 2 de agosto pela Polícia Federal por crimes que ocorreram entre 4 e 6 de janeiro. A prisão foi ordenada por ordem do Supremo Tribunal Federal em decorrência das investigações sobre o ataque hacker ocorrido no sistema do Conselho Nacional de Justiça. O ataque inseriu de forma ilegal 11 alvarás de soltura de pessoas presas e um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
“Faz o L”
Em depoimento anterior, o hacker confirmou que ação visava demonstrar a vulnerabilidade do Sistema de Justiça brasileiro e descredibilizar publicamente o sistema eletrônico de votação, com o intuito de questionar o resultado eleitoral das urnas.
“Note-se que os crimes sob investigação teriam ocorrido entre os dias 4 e 6 de janeiro deste ano, ou seja, dias antes do fatídico 8 de janeiro em que as sedes dos três poderes da República foram brutalmente atacados. A decisão falsa ironiza a atuação de Alexandre de Moares”, afirmou a deputa Jandira Feghali, que citou o documento que Delgatti adulterou no CNJ em seu requerimento.
“DETERMINO, por fim, a extração integral de cópias e sua imediata remessa para o Inquérito n. 4.874/DF e de todos os inquéritos de censura e perseguição política, em curso no SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL para o CNJ, a fim de que me punam exemplarmente. Diante de todo o exposto, expeçase o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L.”
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