Com a tramitação da PEC dos Precatórios ainda pendente no Senado, o programa Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, começa a se pago na terça-feira (17) com valor médio de R$ 217,18 mensais. O governo depende da aprovação da proposta para cumprir a promessa de repassar R$ 400 para cada família, mas líderes da oposição avaliam que ainda há muita rejeição ao texto.
Líder da bancada do PT na Câmara, o deputado Bohn Gass (PT-RS) afirmou ao Congresso em Foco que o texto encontra resistência no Senado e que será difícil para a base governista aprovar a proposta. Questionado sobre a articulação do PT no Senado, o deputado afirma que ainda não há forte contração dos senadores da bancada para reprovação da matéria.
Crítico do que ele define como a “PEC do calote”, Bohn Gassargumenta que o texto aprovado na Câmara tem cunho eleitoreiro, assim como o desenho do programa de transferência de renda elaborado pelo governo federal.
“Os R$ 400 ainda não tem garantia de pagamento. Para garantir, o governo está tendo que fazer calote. Acredito que os senadores terão dificuldade em aprovar a matéria”, destacou.
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Para o deputado, os moldes do Auxílio Brasil sancionados pelo governo representam uma perda para o país, já que apesar de continuar beneficiando 14,6 milhões de famílias, o programa deixará de repassar recursos para mais de 20 milhões de brasileiros que recebiam o auxílio emergencial que não se classificaram ou estavam com cadastro pendente no extinto Bolsa Família.
Além disso, criticou o valor de reajuste de 17,84% feito pelo governo sobre o valor anteriormente pago, de R$ 190. Bohn Gass argumenta que o aumento não chega nem a representar a inflação do governo Bolsonaro, que já chega a 9,77% no acumulado deste ano.
O líder da oposição, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), disse que a incerteza do valor do programa é uma jogada eleitoral de Bolsonaro que aumenta o desespero dos mais vulneráveis.
“Nosso povo está vivendo na miséria, tentando se alimentar de sopa de ossos. Esta incerteza gerada pelo governo Bolsonaro, que olha para o auxílio e só pensa em tirar proveito eleitoral, é uma crueldade sem tamanho. Bolsonaro está jogando quem mais precisa na incerteza, aumentando o desespero dos mais vulneráveis”.
Molon afirma que está articulando junto a senadores da oposição contra a aprovação da PEC.
“Estamos trabalhando intensamente com os senadores para que sejam feitas mudanças na PEC do Calote. Na Câmara, nossa luta foi para mostrar que não havia necessidade de usar o sofrimento dos mais pobres para dar calote em pessoas que tem créditos a receber do governo federal, com o intuito de engordar o orçamento secreto. Bastaria o governo enviar uma medida provisória garantindo o auxílio que a situação estaria resolvida. Nossa luta continua no Senado.”
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