A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), confirmou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres é o primeiro indicado que deve ser ouvido nos depoimentos do colegiado. Ele chegou a ficar preso por quatro meses, acusado de ser acusado de omissão no dia 8 de janeiro. Além de Torres, a relatora da CPMI também quer ouvir imediatamente o ex-interventor do DF Ricardo Capelli.
“Ele [Capelli] tem informações que vão contribuir, mas não veio a nenhuma sessão no Senado Federal. Apresentei requerimento e ele se dispôs a conversar conosco”, disse a relatora.
A participação do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) no colegiado ainda não está descartada, mas Eliziane Gama afirmou que um convite ao ex-presidente depende de análise dos parlamentares que integram a CPMI.
“Estamos trabalhando com a devida responsabilidade. Se houver elementos que subsidiem a vinda dele não há dúvida nenhuma que apresentaremos de fato um requerimento de convocação.”
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Quem também deve prestar depoimento é o atual ministro da Justiça, Flávio Dino.
“Ele virá à Comissão no momento certo, mas compreendemos que da mesma forma como analisamos as condições da presença do ex-presidente Bolsonaro, no caso do ministro, vemos que ainda não é momento devido ao volume de informações diante de nós.”
Arcos
Eliziane Gama voltou a tratar da linha que fundamenta o plano de trabalho, que tem como ponto de partida o processo eleitoral do ano passado. Ela defende que o 8 de janeiro só aconteceu após uma série de ações, como o fechamento de rodovias pela Polícia Rodoviária Federal no período do segundo turno – principalmente em áreas com concentração de votos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva – e os acampamentos de bolsonaristas em frente aos quartéis no Brasil inteiro, com enfoque no acampamento de Brasília.
A relatora pinçou o que chamou de “principais arcos” que antecederam o 8 de janeiro e que serão investigados dentro da CPMI:
12 de dezembro – Quando manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, em Brasília, exatamente no dia de diplomação do atual presidente e após a prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
24 de dezembro – Quando houve tentativa de um ato terrorista nas proximidades do aeroporto de Brasília por meio da explosão de um caminhão de combustível. O ato foi planejado pelo empresário George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos, que acampava em frente ao quartel-general do Exército, também em Brasília.
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