O senador Sérgio Petecão (PSD-AC), presidente da Comissão de Comissão de Segurança Pública do Senado, soube das ameaças de morte contra o seu colega Sergio Moro (União-PR) há uma semana. O presidente do colegiado afirmou ao Congresso em Foco que Moro contou detalhes em relação às ameaças sofridas, e pediu sigilo porque uma operação da Polícia Federal (PF) estava em andamento. Moro é um dos parlamentares titulares da comissão.
“Eu já sabia. O Moro me comunicou e me pediu sigilo porque ia ter uma operação. Isso foi na semana passada. Ele (Moro) estava preocupado e pediu segredo enquanto a operação era deflagrada”, detalhou Petecão. Segundo ele, o senador paranaense soube das ameaças de morte em janeiro.
O presidente da comissão do Senado voltou a falar com Moro na manhã desta quarta-feira (22), tão logo a operação da Polícia Federal foi deflagrada. A operação da PF investiga integrantes de uma facção criminosa suspeitos de planejar matar e sequestrar autoridades, entre eles Sergio Moro.
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A PF cumpre 24 mandados de busca e apreensão, sete de prisão preventiva e quatro de prisão temporária no Distrito Federal e em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná. Segundo a corporação, os principais investigados se encontram em São Paulo e no Paraná, estado de Moro. Até o fim da manhã, nove pessoas haviam sido presas, sendo sete delas em Campinas (SP).
“É muita ousadia dessas facções. Nossa comissão (de Segurança) é um barril de pólvora e vamos tomar providências”, afirmou Petecão, que também conversou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre o assunto nesta terça.
Moro promete pronunciamento
Pelo Twitter, Moro falou que era um dos alvos da organização criminosa e prometeu fazer um pronunciamento sobre o assunto na tribuna do Senado na tarde de hoje.
“Sobre os planos de retaliação do PCC [Primeiro Comando da Capital] contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do Senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado”, escreveu o senador.
Segundo as investigações, o sequestro de Moro, sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União-SP), e as filhas do casal seriam realizados para obter dinheiro e assegurar a libertação de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC. Marcola está preso em um presídio federal em Brasília (DF) desde 2019.
Outro alvo da facção era o promotor de Justiça Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Presidente Prudente (SP). O promotor investiga o PCC desde o início dos anos 2000 e vive há mais de dez anos sob escolta policial. Gakyia foi o responsável por solicitar a transferência de Marcola para o Distrito Federal.
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