Não se trata de rever o superávit, meus amigos. O bom drible fiscal, aquele que vai arejar a paixão de todos nós, está silencioso na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Trata-se do PLS 302/2013, que deduz do Imposto de Renda patrocínios e doações a times das Séries C e D do Brasileirão. Bom demais…
Principalmente para aqueles que, como eu, devotam seu afeto futebolístico a agremiações teimosas, cavilosas, arengueiras. Oxalá que essa matéria venha a ser aprovada e que o Alecrim Futebol Clube consiga um acalanto orçamentário que o conduza ao seu destino inegociável: a glória.
Num cenário tributário sufocante e complexo, beirando o incompreensível, qualquer tipo de ajuda nesse campo é mais do que necessária para que atividades desportivas sobrevivam. Afinal, quem administra qualquer coisa sabe que dinheiro é mais do o oxigênio da iniciativa. É também uma forma de poesia. E essa renúncia fiscal proposta é mais do que inspiradora…
“Por ser a modalidade esportiva mais relevante no país, o futebol não só emociona as pessoas, mas também gera milhares de empregos diretos e indiretos, impulsiona a economia, proporciona a ascensão social das classes mais carentes, afasta os jovens da criminalidade, além de contribuir para a revelação de talentos esportivos que podem brilhar no Brasil e no exterior.”, afirma o senador Aníbal Diniz (PT-AC), autor da matéria.
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A matéria conta com parecer favorável na Comissão de Educação. “Consideramos justo criar mecanismos de tornar mais rentáveis os clubes de futebol profissional menores, por meio do incentivo ao patrocínio e à doação”, destaca a relatora, senadora Ana Amélia (PP-RS).
Se passar, a matéria segue para a Comissão de Assuntos Econômicos. Daí, será preciso convencer a Fazenda Nacional de que essa renúncia fiscal proposta é positiva para todos. Como isso será feito? Sabe-se lá… Porém, há uma frase letal de Nelson Rodrigues para essa proposta: “Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”. Avante…
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