O senador Omar Aziz (PSD-AM), que é vice-líder do partido no Senado e foi presidente da CPI da Pandemia, defendeu nesta quinta-feira (25) que o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve solicitar a relação de políticos e outras figuras do poder, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram alvos de espionagem pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
“O presidente do Congresso Nacional tem obrigação de reivindicar essa lista. Já tem tempo suficiente para sair essa lista, já que são meses de investigação. Não dá para ficar nesta especulação em torno de alguns nomes”, disse o senador.
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Na manhã desta quinta-feira (25), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro. Ramagem é um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, que apura um esquema de espionagem montado na Abin para monitorar, ilegalmente, autoridades públicas e cidadãos comuns. Agentes policiais vasculharam o apartamento funcional e o gabinete de Ramagem em Brasília.
Também investigados, sete policiais federais foram afastados das funções públicas, suspeitos de integrar o grupo que usava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. A operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em outubro do ano passado.
“As provas obtidas a partir das diligências executadas pela Polícia Federal à época indicam que o grupo criminoso criou uma estrutura paralela na Abin e utilizou ferramentas e serviços daquela agência de inteligência do Estado para ações ilícitas, produzindo informações para uso político e midiático, para a obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações”, diz a PF em nota. Ramagem afirmou que, por enquanto, não vai comentar a operação.
A operação causou uma série de impactos entre os poderes, e tensiona a relação da cúpula do Senado com integrantes da oposição.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acusou a PF de perseguição e disse que Pacheco “deveria reagir e tomar providências”. Em resposta, o presidente do Senado soltou uma nota, sem citar o nome de Valdemar, dizendo que é “difícil manter algum tipo de diálogo” com quem faz política somente para obter mais fundo eleitoral e não sabe organizar a oposição.
“E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, disse Pacheco em nota.
Para Omar Aziz, Valdemar deveria ter “medido as palavras” ao se manifestar.
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