Os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), almoçaram juntos nesta quarta-feira (7). O tema do encontro, no entanto, não foi divulgado.
A reunião entre os líderes do Congresso se dá em meio a uma tensão entre Lira e o governo Lula (PT). Na sessão solene de abertura do ano Legislativo no Congresso, Lira deu diversos recados ao governo do petista.
Entre as mensagens do presidente da Câmara está um “não subestimem” o Legislativo. Lira disse ainda que a “suposta” disputa política entre os Poderes não irá paralisar o Congresso.
“Errará ainda mais apostar na omissão desta Casa – que tanto serve e serviu ao Brasil – em razão de uma suposta disputa política entre a Câmara dos Deputados e o Poder Executivo”, disse Lira. “Para esses, que não acompanharam nosso ritmo de entregas e realizações, deixo, humildemente, um importante recado: não subestimem esta Mesa Diretora! Não subestimem os membros desta Legislatura!”
Lira citou ainda o entrave entre governo e Congresso em relação ao Orçamento. Lula vetou R$ 5,6 bilhões de emendas de comissões no Orçamento de 2024.
“O orçamento da União pertence a todos e todas e não apenas ao Executivo porque, se assim fosse, a Constituição não determinaria a necessária participação do Poder Legislativo em sua confecção e final aprovação”, disse Lira. “Vejam que não faltamos ao Governo e esperamos da mesma forma, reconhecimento, respeito e compromisso com a palavra dada”.
Pacheco, por outro lado, reuniu-se com o presidente Lula logo depois do discurso de Lira. Também estavam presentes na reunião os ministros responsáveis pela articulação política da gestão, Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Padilha, de Relações Institucionais. Foi a segunda reunião entre o presidente da República e Pacheco em menos de uma semana.
Como presidente do Congresso, Pacheco é o responsável por decidir quando os vetos de Lula serão analisados pelos congressistas. Segundo o líder do Governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), a análise dos vetos do Orçamento não será feita antes de março.
Depois da reunião de Pacheco e Lula, uma outra rusga na relação do governo com Lira surgiu com o ministro Fernando Haddad, da Fazenda. A reunião com os líderes partidários da Câmara sobre a medida provisória (MP) da reoneração foi cancelada, enquanto que a reunião com senadores foi realizada normalmente.
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