A escolha do médico Marcelo Queiroga para substituir o general Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde provocou uma reação negativa em parte da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro no Congresso.
O Congresso em Foco procurou deputados do Centrão, que hoje integra a base bolsonarista, e a avaliação de parte deles é que foi ligado um “sinal amarelo”, um alerta para parte dos congressistas em relação ao governo. O presidente corre o risco de ver sua base diminuir.
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Queiroga foi uma indicação pessoal do presidente Jair Bolsonaro. O cardiologista participou da transição entre o governo de Michel Temer (MDB) e o atual. O PP queria indicar o deputado Dr. Luizinho (PP-RJ), presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara. O partido tinha também simpatia pelo nome da médica Ludhmila Hajjar, que atende a vários políticos, como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
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“Pessoalmente, eu acho que o Bolsonaro mais uma vez, entre a parceria com o centro e os palpites do filho e da ala ideológica, ele ficou com o palpite dos filhos e da ala ideológica”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP). Porém, para o paulista, não haverá pressão sobre Queiroga. “Não vai ter cobrança. Vamos aguardar os próximos capítulos”.
O deputado avalia que antigos problemas permanecerão e que a troca de ministro não será suficiente para apagar a insatisfação com os rumos do governo na pandemia. “Essa CPI [para apurar omissão do governo na pandemia] foi gerada porque Pazuello agiu errado ou porque cumpriu ordens do presidente?”.
A nomeação de Queiroga não foi recebida negativamente por todo os políticos do Centrão. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP),avalia que o cardiologista é um “bom nome”. “Precisa poder trabalhar”, ponderou. Boa parte da bancada paraibana do Congresso, estado de origem do novo ministro, também elogiou a escolha do novo ministro, entre eles o líder do DEM, deputado Efraim Filho, e o líder da maioria na Câmara, Aguinaldo Ribeiro.