Com a retomada das atividades legislativas, as bancadas da Câmara dos Deputados precisam também se planejar para distribuir seus parlamentares nas comissões e eleger presidentes favoráveis às suas pautas. Em 2022, a bancada governista já demonstra assumir a frente na corrida para as comissões, com planos já estabelecidos enquanto a oposição segue sem um planejamento.
Conforme antecipou ao Congresso em Foco o líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), o objetivo da bancada em 2022 é preservar as posições alcançadas em 2021. “A ideia é que cada partido mantenha o comando das comissões que já mantém hoje. Então cabe a cada partido indicar internamente as presidências das respectivas comissões”, explicou.
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Para essas presidências, porém, o governo não deixa de ter uma preferência nos nomes indicados. “Haverá um esforço do governo para que esses presidentes sejam pessoas com uma atuação neutra: olhando para o Brasil. Que não assumam pensando em fazer campanha a favor e nem contra o governo, pois assim temos mais tranquilidade para os dois lados trabalharem”, afirmou.
Na oposição, porém, fontes ligadas ao PT afirmam que as negociações sobre como será feita a distribuição das comissões seguem em etapa preliminar, ainda não havendo a possibilidade de antecipar como será feita a indicação dos parlamentares e das presidências.
Poder concentrado em Lira
Enquanto não houver a indicação de novos membros nas comissões, estas permanecerão sem atividades, com a autoridade dos presidentes se restringindo a falar em nome do colegiado. “Não tendo as reuniões dentro das comissões, concentra-se um poder e uma força maior no presidente da Casa [Arthur Lira (PP-AL]”, explicou o deputado Aliel Machado (PSB-PR), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia.
Até que se formem as novas comissões, Arthur Lira será capaz de levar projetos em debate direto para votação em Plenário. Essa autoridade estendida não deve durar pouco: o clima entre os deputados é de que não será possível votar os novos presidentes até o carnaval, quando está previsto o retorno de atividades presenciais na Câmara. “Como nós temos essa excepcionalidade do trabalho remoto ao menos até o final de fevereiro, (…) Acredito que os líderes deverão esperar até o final desse período para ver que decisão tomar”, antecipou Aliel Machado.
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