O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou nesta sexta-feira (15) um novo relatório a ser apresentado à CPI da Covid em que pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de outros 17 membros e ex-membros do governo.
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Em 149 páginas, o suplente da CPI apresenta os seguintes crimes contra o presidente durante a gestão na pandemia: crime de responsabilidade por afronta aos direitos à saúde e à vida; crime de epidemia, crime contra a humanidade, infração de medida sanitária preventiva e incitação ao crime.
De acordo com o documento, o estratégia criminosa adotada pelo governo estão resumidas em sete pontos específicos: 1) minimização da gravidade da pandemia, 2) criação de uma falsa dicotomia entre saúde e economia, 3) ações deliberadas para descredibilizar governadores, prefeitos e instituições, 4) disseminação de notícias falsas, 5) comportamento inadequado de líderes públicos, 6) promoção deliberada de medicamentos sem eficiência comprovada e 7) descaso com os povos indígenas.
O senador também ressalta a colaboração articulada contra os tratamentos eficazes ao vírus dos ministros Braga Netto, da Defesa e Paulo Guedes, da Economia. Além da participação coadjuvante:
- Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde;
- Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica do Ministério da Economia;
- Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência e ex-ministro da Cidadania e da Casa Civil;
- Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República
- Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores;
- Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Mayra Pinheiro, secretária do Ministério da Saúde;
- Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara;
- Osmar Terra (MDB-RS), deputado federal;
- Heitor Freire de Abreu, ex-coordenador do Centro de Coordenação de Operações e assessor de Braga Netto;
- Robson Sandos da Silva, secretário especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde;
- Pedro Batista e Fernando Parillo, diretor e sócio da Prevent Senior, respectivamente;
- Paolo Zanotto, virologista listado como membro do suposto “gabinete paralelo”;
- Flávio Cadegiani, médico e coordenador da pesquisa Androcov para uso da proxalutamida no tratamento de pacientes com Covid.
No texto, o Vieira afirma que milhares de mortes por covid-19 poderiam ser evitadas, caso o governo tivesse adotado uma estratégia eficaz de combate ao vírus. “Dentre os fatores que explicam as mortes evitáveis, encontram-se o descaso com povos indígenas e comunidades tradicionais, o atraso deliberado na compra de vacinas, inexistência de estratégias de contenção da disseminação do vírus e a inação na crise de oxigênio de Manaus”, escreve.
PublicidadeA proposta protocolada por Alessandro Vieira será analisada pelos integrantes da CPI na próxima semana, juntamente ao relatório do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que deve propor o indiciamento de Bolsonaro por 11 crimes.
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