O Partido dos Trabalhadores (PT) saiu em defesa do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, depois do presidente da Câmara, Arthur Lira (PT), questionar a competência do político. Em nota, o partido diz que a manifestação de Lira ofende a harmonia entre os Poderes, ou seja, entre o Congresso e a Presidência da República.
“Ao atacar o ministro Alexandre Padilha, o deputado Arthur Lira compromete a liturgia do cargo de presidente da Câmara Federal e ofende a harmonia entre os Poderes da República. O Brasil precisa de relações republicanas saudáveis para superar o atual estágio de beligerância provocado por atitudes que desafiam a convivência política e social”, diz a nota do PT.
Na quinta-feira (11), Lira disse que Padilha é um “desafeto pessoal” dele e um “incompetente”. O presidente da Câmara também acusou o governo Lula (PT) de vazar informações e plantar notícias falsas.
“Essa notícia hoje […] foi vazada pelo governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente”, disse Lira a jornalistas durante uma viagem a Londrina, no Paraná. “Não existe partidarização. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver”.
O PT lembrou que o presidente Lula foi eleito democraticamente com mais de 60 milhões de votos. Segundo o partido, o momento é de unir a sociedade para “reconstruir o país” e pelo desenvolvimento.
“O PT reafirma seu apoio ao ministro Alexandre Padilha, repudia ataques que agridem a democracia e convoca as lideranças do país a colocarem os interesses do Brasil em primeiro lugar”, diz a nota.
A relação de Lira com Padilha piorou em 2024, com críticas à articulação do governo no Congresso, que é responsabilidade do ministro de Relações Institucionais. A fala de Lira veio depois da votação sobre a manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) por suposto envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco.
O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem na qual conta que os líderes partidários próximos a Lira, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA), defendiam que a prisão fosse revogada. Com a manutenção da prisão, o jornal indica que o atual presidente da Câmara saiu do caso “enfraquecido”, tema ao qual o presidente da Câmara fez referência em sua fala.
Diferentes dos partidos de Centro, os partidos mais próximos do governo Lula, incluindo o PT, defendiam que Brazão continuasse preso. A ministra da Igualdade Racial da administração petista é irmã de Marielle, Anielle Franco.
O PT tem a segunda maior bancada partidária da Câmara, que é comandada por Lira e que já começou as movimentações para a eleição de seu novo presidente, em 2025.
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