O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira (11) que o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é um “desafeto pessoal” dele e um “incompetente”. Padilha é o responsável pela articulação política da gestão petista. Lira também acusou o governo Lula (PT) de vazar informações e plantar notícias falsas.
“Essa notícia hoje […] foi vazada pelo governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente”, disse Lira a jornalistas durante uma viagem a Londrina, no Paraná. “Não existe partidarização. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver”.
A votação a que Lira faz referência é a de manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). O jornal Folha de S.Paulo publicou reportagem na qual conta que os líderes partidários próximos a Lira, como Elmar Nascimento (União Brasil-BA), defendiam que a prisão fosse revogada. Com a manutenção da prisão, o jornal indica que o atual presidente da Câmara saiu do caso “enfraquecido”.
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O União Brasil, de Elmar, orientou voto para que Brazão fosse solto. O partido argumentou que tecnicamente a prisão não foi justificada. Ainda assim, a prisão foi mantida por decisão do plenário da Câmara, com 277 votos a favor de manter o deputado preso.
Para Lira, o resultado da votação não tem influência em outros temas que podem ser tratados pela Câmara dos Deputados, mas sim foi uma sinalização que parte considerável dos deputados está incomodada com “interferências do Judiciário” no Congresso.
Segundo ele, também não há ligação da votação com a com a disputa pela presidência da Casa no próximo ano. Elmar Nascimento é o candidato mais próximo de Lira.
“A votação de ontem [quarta-feira] era se ele [Brazão] permanecia preso ou se seria solto. Isso nada influencia em votações, em base aliada e muito menos em eleição da Câmara, que só vamos tratar a partir de setembro”, disse Lira.
O presidente da Câmara disse ainda que considera “lamentável” que parte do governo Lula plantem notícias, que chamou de mentiras. “É lamentável que integrantes do governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas, que incomodam o Parlamento. E, depois, quando o Parlamento reage acham ruim”.
Depois da fala de Lira, o ministro Alexandre Padilha fez publicações em suas redes sociais com um vídeo do presidente Lula elogiando seu trabalho e sua competência para articular com o Congresso Nacional. “Agradecemos e estendemos esse reconhecimento de competência ao conjunto dos ministros e aos líderes, vice-líderes e ao conjunto do Congresso, sem os quais não teríamos alcançado os resultados elogiados pelo presidente Lula, com a aprovação da agenda legislativa prioritária para o governo e para o Brasil”, escreveu o ministro.
Ter ouvido isso ontem, publicamente, do maior líder político da história do Brasil é sempre uma honra para toda a equipe do Ministério das Relações Institucionais. Agradecemos e estendemos esse reconhecimento de competência ao conjunto dos ministros e aos líderes, vice-líderes e… pic.twitter.com/FN0iMl40sf
— Alexandre Padilha (@padilhando) April 11, 2024
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